|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Enterrar os fios é uma saída técnica e estética para cidade
Altos custos são barreira para mudar o meio de distribuição de energia; em SP, apenas 5% da fiação está sob as calçadas
Em Paris e Nova York,
o sistema de energia
é praticamente todo enterrado, o que evita falhas no fornecimento
DE SÃO PAULO
O investimento em redes
subterrâneas é uma alternativa factível para diminuir o
impacto das chuvas sobre os
sistemas elétricos urbanos.
O problema dessa opção é
o custo desse investimento,
segundo Cyro Boccuzzi, consultor do setor e hoje à frente
de uma empresa de energia
no Mato Grosso do Sul.
"Chega ser oito vezes mais
caro enterrar uma rede", afirma o especialista. "Por isso,
as empresas não optam por
esse caminho", diz.
Na cidade de São Paulo,
apenas 5% da rede elétrica
está sob a terra. Quase toda
ela, segundo a AES Eletropaulo, está nas regiões do
centro da cidade e também
da avenida Paulista.
Em cidades como Paris e
Nova York, o sistema de energia é quase todo enterrado.
Na capital paulista, apesar
de as ligações subterrâneas
serem relativamente antigas,
de décadas, é muito difícil
que elas apresentem falhas
constantes, como ocorre com
os circuitos elétricos aéreos.
"Em compensação, quando ocorre um problema, é
mais difícil achá-lo. Por isso,
o retorno da energia pode demorar mais", afirma Fernando Mirancos, diretor de operações da AES Eletropaulo.
A solução por sumir com
os fios e postes das ruas não
deve ser tomada apenas do
ponto de vista essencialmente técnico, diz Ricardo Cardim, da ONG Amigos das Árvores de São Paulo.
Também existe a questão
estética. "A calçada é do pedestre e da árvore e não dos
postes e fios, que também
ajudam a deixar mais feia a
metrópole", afirma.
TECNOLOGIA
No caso das redes que vão
ficar para sempre sobre a superfície, expostas ao tempo,
a saída para diminuir os apagões é investir em tecnologias mais modernas.
As chamadas redes compactas (em que os fios ficam
mais agrupados e portanto
mais longe das árvores) podem ser úteis para diminuir o
conflito que existe entre fiações e plantas.
Em São Paulo, onde existem 17,7 mil quilômetros de
rede primária (as que passam
pelos postes), nem 10% das
fiações é compacta.
As chamadas redes inteligentes, que ajudam tanto na
economia do consumo de
energia quanto na diminuição de apagões, também são
incipientes no Brasil.
(EDUARDO GERAQUE)
Texto Anterior: Sem poda e investimento, SP enfrentará mais apagões Próximo Texto: Meteorologia: Eletropaulo investe para prever chuvas Índice | Comunicar Erros
|