São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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memória

Envolvimento com milícias já afastou 60 PMs

DA SUCURSAL DO RIO

Mais de 80 pessoas já foram presas sob suspeita de envolvimento com as milícias, que dominam 171 regiões em todo o Estado. As informações são da Secretaria de Segurança, que informa já ter afastado 60 policiais militares pelo mesmo motivo.
As investigações e operações policiais priorizam determinadas regiões no município. Os quatro principais alvos são as favelas Kelson's (Olaria), na zona norte, Carobinha (Campo Grande), Rio das Pedras (Recreio) e Batan (Realengo), todas na região norte da cidade.
Em Campo Grande, a polícia afirma ter desarticulado uma das principais milícias da capital, que se autodenomina Liga da Justiça. Desde dezembro já foram presos cerca de 40 integrantes da quadrilha, responsáveis, de acordo com a polícia, por quase cem mortes no bairro ao longo de oito anos.
Integram o grupo paramilitar, ainda segundo a polícia, um deputado, um vereador e uma vereadora eleita. Todos negam as acusações.
Uma CPI foi aberta para investigar a participação de políticos e agentes do Estado (bombeiro, policiais civis e militares) nos grupos paramilitares. O relatório final, ainda não aprovado pelo plenário da Assembléia Legislativa, sugeriu o indiciamento de 226 pessoas.
Entre elas estão Álvaro Lins, ex-chefe da Polícia Civil e deputado estadual cassado, 67 PMs, oito policiais civis, três bombeiros, dois agentes penitenciários e dois cabos das Forças Armadas.
As milícias são formadas por agentes do Estado que extorquem dinheiro de moradores em troca de suposta segurança, oferecida na área de atuação. Eles instauram um tribunal paralelo em que julgam e punem os delitos cometidos nas regiões em que atuam.
Usuários de drogas reincidentes são expulsos de casa ou até mortos por integrantes destes grupos.


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