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WILLIAM VASCONCELOS SOEIRO (1961-2008)
Uma contribuição às aulas de anatomia
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com apenas 47 anos, William Vasconcelos Soeiro não
resistiu ao quarto infarto de
sua vida, na sexta passada.
Auxiliar de escritório do
Sindicato dos Empregadores
Domésticos do Estado de SP,
ele agora contribui para a
formação de novos médicos.
Em 1999, aos 38 anos, assinou um documento, registrado em cartório e endossado por cinco testemunhas,
doando o próprio corpo para
a Faculdade de Medicina da
USP (Universidade de São
Paulo). Morto na sexta, Wil-
liam foi entregue à instituição na terça. Servirá aos alunos nas aulas de anatomia.
Seis anos antes da doação,
ouviu dos médicos que seu
coração não batia com força
total. Aos amigos disse que,
no peito, contava apenas
com 40% do trabalho cardíaco -sofria de insuficiência.
Filho de um português, dono de postos de gasolina e
proprietário de terras em
Portugal, ganhou do pai uma
Kombi no final dos anos 80.
Com o veículo, trabalhava
com entrega de jornais.
Depois, foi manobrista. Segundo amigos, William era
"desapegado de bens materiais". Dedicado, nunca faltou ao emprego, como lembra Margareth Carbinato,
presidente do sindicato.
William dizia esperar por
um transplante desde 1993, o
que o InCor (Instituto do
Coração) não confirma. Segundo o hospital, ele era
acompanhado por uma equipe desde 1999, e nunca entrou na fila de transplante.
Vivia só. Teve quatro filhos.
obituario@grupofolha.com.br
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