São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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25% das pessoas de baixa renda têm telefone celular

No total, 86 milhões de brasileiros têm aparelho, aumento de 53,6% em relação aos 56 milhões que tinham há quatro anos

DF, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul são campeões de uso; Maranhão, com 28% da população, e Piauí, com 32,5%, são os piores

DA SUCURSAL DO RIO

A tríade crédito-renda-competição das empresas levou 30 milhões de brasileiros a adquirir, pela primeira vez entre 2005 e 2008, o celular para uso pessoal. Agora, são 86 milhões de brasileiros que têm sua linha individual, um aumento de 53,6% em relação aos 56 milhões que tinham seus aparelhos há quatro anos.
Assim como no uso da internet, a Pnad detectou o maior salto em termos proporcionais entre os grupos de baixa renda. Entre pessoas com renda familiar per capita entre zero e um quarto de salário mínimo, 11% tinham celular em 2005; agora, 1 em cada 4 tem o aparelhinho.
No grupo de meio a um salário mínimo, eram 32%; em 2008, passaram para 47,9%.
Como prova de que o celular desceu na pirâmide social, em 2005, a renda dos que não tinham celular correspondia a 44,9% dos que tinham. Em 2008, caiu para 38,7%.

Domésticos
Outra mostra de como o aparelho popularizou-se: o grupo profissional em que mais aumentou o percentual de "com celulares" é o de serviços domésticos -de 30% para 53,7%.
"São pessoas como domésticas e diaristas que dependem do celular para procurar trabalho", afirma Cimar Azeredo, um dos responsáveis pela Pnad.
Outro motor da popularização é a competição entre as operadoras, já que, na maior parte do país, quatro disputam cliente por cliente. Em São Paulo, a Oi chegou há um ano, com promoções agressivas para tirar mercado das concorrentes como a Telefônica, a Claro e a TIM.
A empregada doméstica Valdelúcia Silva, 40, tem três telefones celular. Todos com planos pré-pagos. "Aproveito a promoção de cada operadora. De um número eu posso ligar para interurbano. Do outro eu ligo para minha irmã, que tem um celular da mesma operadora, e do outro eu ligo para casa", disse ela, cuja renda mensal não ultrapassa R$ 600.
Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul são campeões de uso de celulares, com penetração de 75,6%, 67,7% e 63,7%, respectivamente. Recordistas do "caladão" são Maranhão, com apenas 28% da população com celular, Piauí (32,5%), e Bahia (39,8%).
(SAMANTHA LIMA)


Colaborou AFONSO BENITES, da Reportagem Local


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