São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2008 |
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rabisco em papel timbrado do hotel:
Um sujeito no aeroporto disse a outro, e entreouvi: "Cidade
sem fim". Na sala de longa espera pelo vôo, onde não se podia fumar nem dormir, eu quase adivinhava que iríamos nos desencontrar.
São Paulo, modo de usar:
Olhar de baixo pra cima: Prédios buquês-de-vidro crescendo do chão: Suas pontas desencontram-se no alto, onde não podemos juntá-las.
Chego atrasada à metrópole.
Avisto você na porta do hotelzinho, no Paraíso, com sua pequena mala, sua baixa estatura
e o sotaque apressado. Espera
um táxi, e eu, sem expectativas,
caminho do hall até o elevador,
onde sei que não tentará me alcançar.
CECILIA GIANNETTI, 31, carioca, autora de "Lugares que Não Conheço, Pessoas que Nunca Vi" (Ediouro/Agir) e colunista da Folha Texto Anterior: A cidade de São Paulo em contos de cem palavras Próximo Texto: Venha e veja Índice |
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