São Paulo, domingo, 13 de janeiro de 2008 |
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história bem triste
O palhaço subiu no Lauzane/178L e apareceu no corredor do ônibus com aqueles sapatões, jogou a pasta de couro no banco dos idosos e remexeu
os bolsos em busca de uns trocados. Achou apenas uma interminável fila de lenços coloridos. O palhaço, que se recusara
a pegar carona num fusca com
outros doze colegas, teve que
passar por baixo. Praguejou alguma coisa, cansado, e encostou a cabeça no vidro. O dia no
escritório tinha sido difícil. O
palhaço olhava pela janela e
pensava no encarregado do
trem-fantasma, que se afogara
na tina dos elefantes porque
não conseguia assustar ninguém.
VANESSA BARBARA, 25, é repórter da revista "Piauí" e editora do periódico "A Hortaliça" Texto Anterior: Da paz paulista Próximo Texto: Cidade dentro Índice |
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