São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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Planos dizem que preços vão aumentar

"São procedimentos com custo elevado", diz diretora da Fenasaúde; entidade, porém, afirma que ainda não é possível definir reajuste

Diretor da ANS afirma que mudança não influenciará reajuste dos atuais planos; aumento, no entanto, poderá afetar novos clientes


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

A Fenasaúde, entidade que representa 32% do mercado de planos de saúde, afirmou ontem que haverá "com certeza" aumentos em razão da nova lista obrigatória de procedimentos definida pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A entidade, porém, afirma que ainda não é possível calcular porcentagens.
"São procedimentos com custo elevado", afirma Solange Mendes, diretora-executiva da Fenasaúde. Ela cita um tipo de marcapasso, que passou a fazer parte do novo rol de procedimentos obrigatórios, cujo preço chega a R$ 90 mil.
A Abramge, outra entidade que representa o setor, não comentou ontem a nova lista de procedimentos obrigatórios.
Já a ANS não quis estimar o impacto das novas medidas no reajuste das mensalidades dos planos de saúde. Segundo Alfredo Cardoso, diretor de normas e habilitação de operadoras, isso dependerá da demanda dos usuários e das negociações entre operadoras, fornecedores e médicos.
Ele afirmou, no entanto, que o próximo reajuste previsto não será influenciado pelas mudanças, já que elas entram em vigor somente em junho.
Por lei, cabe à ANS divulgar o percentual máximo de aumento autorizado para os planos contratados após 1999. Essa divulgação ocorre em abril ou maio, antes, portanto, das novas regras passarem a valer.

Novos contratos
A limitação do reajuste, no entanto, vale apenas para quem já possui plano, pois os contratos negociados pelas empresas com novos clientes não têm preços controlados.
No ano passado, o reajuste autorizado pela ANS foi de 6,76%. "Deste percentual, apenas 1%, aproximadamente, foi consequência da ampliação do rol de procedimentos ocorrida em 2008. Mas não podemos prever qual será o impacto dessas novas medidas no reajuste que será divulgado no ano que vem", diz Cardoso.
O secretário-executivo da ANS, Alfredo Scaff, disse acreditar que muitas operadoras não terão impacto significativo pois já incluíam esses procedimentos em seus planos, como forma de diferenciá-las dos concorrentes.
Sobre o temor de que as novas medidas prejudiquem a qualidade do serviço, como chegou a afirmar a Associação Brasileira de Odontologia, para compensar o aumento nos custos, os diretores da ANS disseram que o risco é pequeno.
"O médico e a operadora têm que zelar pela qualidade do atendimento ao paciente. Não acredito que bons profissionais aceitem fazer isso", afirma Cardoso, lembrando também que a ANS realiza periodicamente uma avaliação da qualidade das operadoras.
A partir de agora, a ANS passará a divulgar a cada dois anos uma nova instrução normativa atualizando o rol de procedimentos a serem incluídos.


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