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Planos dizem que preços vão aumentar
"São procedimentos com custo elevado", diz diretora da Fenasaúde; entidade, porém, afirma que ainda não é possível definir reajuste
Diretor da ANS afirma que mudança não influenciará reajuste dos atuais planos; aumento, no entanto, poderá afetar novos clientes
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
A Fenasaúde, entidade que
representa 32% do mercado de
planos de saúde, afirmou ontem que haverá "com certeza"
aumentos em razão da nova lista obrigatória de procedimentos definida pela ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar). A entidade, porém, afirma
que ainda não é possível calcular porcentagens.
"São procedimentos com
custo elevado", afirma Solange
Mendes, diretora-executiva da
Fenasaúde. Ela cita um tipo de
marcapasso, que passou a fazer
parte do novo rol de procedimentos obrigatórios, cujo preço chega a R$ 90 mil.
A Abramge, outra entidade
que representa o setor, não comentou ontem a nova lista de
procedimentos obrigatórios.
Já a ANS não quis estimar o
impacto das novas medidas no
reajuste das mensalidades dos
planos de saúde. Segundo Alfredo Cardoso, diretor de normas e habilitação de operadoras, isso dependerá da demanda dos usuários e das negociações entre operadoras, fornecedores e médicos.
Ele afirmou, no entanto, que
o próximo reajuste previsto
não será influenciado pelas
mudanças, já que elas entram
em vigor somente em junho.
Por lei, cabe à ANS divulgar o
percentual máximo de aumento autorizado para os planos
contratados após 1999. Essa divulgação ocorre em abril ou
maio, antes, portanto, das novas regras passarem a valer.
Novos contratos
A limitação do reajuste, no
entanto, vale apenas para quem
já possui plano, pois os contratos negociados pelas empresas
com novos clientes não têm
preços controlados.
No ano passado, o reajuste
autorizado pela ANS foi de
6,76%. "Deste percentual, apenas 1%, aproximadamente, foi
consequência da ampliação do
rol de procedimentos ocorrida
em 2008. Mas não podemos
prever qual será o impacto dessas novas medidas no reajuste
que será divulgado no ano que
vem", diz Cardoso.
O secretário-executivo da
ANS, Alfredo Scaff, disse acreditar que muitas operadoras
não terão impacto significativo
pois já incluíam esses procedimentos em seus planos, como
forma de diferenciá-las dos
concorrentes.
Sobre o temor de que as novas medidas prejudiquem a
qualidade do serviço, como
chegou a afirmar a Associação
Brasileira de Odontologia, para
compensar o aumento nos custos, os diretores da ANS disseram que o risco é pequeno.
"O médico e a operadora têm
que zelar pela qualidade do
atendimento ao paciente. Não
acredito que bons profissionais
aceitem fazer isso", afirma Cardoso, lembrando também que a
ANS realiza periodicamente
uma avaliação da qualidade das
operadoras.
A partir de agora, a ANS passará a divulgar a cada dois anos
uma nova instrução normativa
atualizando o rol de procedimentos a serem incluídos.
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