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Ponto já chega à 3ª geração
da Reportagem Local
Uma mesma família ocupa a
frente de uma doceria e de um supermercado em Pinheiros (zona
sudoeste) desde 94. A mendicância no local, que começou com os
avós, continua hoje com os netos
-na terceira geração.
O local é explorado por duas irmãs, K.C.F., 16, e J.F., 10, que
quando está em férias escolares
ajuda a família a pedir nas ruas.
As duas são a principal fonte de
renda dos pais, que ainda têm um
filho mais velho. Todos eles vivem
de subempregos ou bicos.
""Minha vó pedia nas casas, até
que em 92 viu esse lugar (em Pinheiros) e trouxe a gente para cá.
Agora, ela está velhinha (77 anos)
e fica em casa", afirma K.
As duas saem de casa cedo, na
Grande São Paulo, rumo à capital.
Pagam R$ 1,50 no ônibus e descem em frente de uma doceria.
O ponto comercial é frequentado durante o dia, principalmente
no horário do almoço e no meio
da tarde. Nos intervalos, as garotas batem nas casas vizinhas.
""Aí, a gente ganha de tudo, roupa e comida", diz K., que vestia
calça, camisa e blusa que ganhou
dos moradores da região.
Quando chega a noite, as meninas descem oito quadras pedindo
nas casas até a frente de um supermercado 24 horas. Para variar
e não criar confusão com os moradores, mudam o percurso durante a semana.
O trabalho termina no começo
da madrugada, quando passa pelo supermercado o último ônibus
que as levará para casa.
(AS)
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