São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

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Jovem morre após cair de tirolesa em AL

Estudante de 21 anos, Carla Andreia Almeida de Melo caiu de uma altura de cerca de 18 metros na praia do Francês

Dono do equipamento foi preso em flagrante; seu advogado diz que material utilizado era adequado para a prática do esporte

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma estudante de 21 anos morreu após cair de uma altura de cerca de 18 metros durante prática de tirolesa -esporte radical em que o participante desliza preso a um cabo- na praia do Francês (25 km de Maceió), uma das mais freqüentadas do litoral de Alagoas.
O acidente foi na manhã de domingo. Carla Andreia Almeida de Melo estava na praia com o pai, o namorado e um irmão. Comemorava sua aprovação no curso de relações públicas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).
O equipamento para tirolesa foi instalado há um ano e dois meses na praia do Francês, que fica na cidade de Marechal Deodoro. Segundo os bombeiros, a torre onde começa a descida tem cerca de 20 metros de altura. O participante desliza por 50 metros antes de chegar à água. Cada descida custa R$ 5.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o mosquetão (peça metálica que prende o equipamento individual ao cabo) que Carla usava durante a descida não possuía trava e pode ter aberto.
"O mosquetão não era adequado para uso com pessoas", disse o capitão Carlos Buriti, que socorreu Carla. A estudante morreu na ambulância.
Segundo Buriti, o equipamento individual -espécie de "cadeirinha" improvisada- que a estudante usava não estava rompido nem quebrado. Como Carla girou o corpo para deslizar de barriga para baixo -o mais comum é descer sentado-, o movimento pode ter aberto o mosquetão, na avaliação do bombeiro.
O dono do equipamento, Rui Panceda Hecker, 50, foi preso em flagrante no domingo, sob acusação de homicídio culposo (sem intenção de matar).
O advogado de Hecker, Antônio Benedito de Barros Filho, disse que o equipamento utilizado por seu cliente é adequado e que o mosquetão tinha trava. "A mão dela [Carla] tinha que ficar na corda. Pode ser que ela tenha baixado a mão e soltado a trava. Ele [Hecker] disse que não sabe o que aconteceu."
Segundo o Corpo de Bombeiros, não há legislação nem normatização que regulamente a prática da tirolesa."Não tem como fiscalizar se não existe uma lei", diz Buriti.
O delegado Eulálio Rodrigues, responsável pelo inquérito, afirmou que irá solicitar perícia no equipamento. As testemunhas começarão a ser ouvidas a partir de hoje.
A reportagem não conseguiu localizar parentes de Carla. Ela foi enterrada ontem, em Capela (65 km de Maceió), onde vivia com a família.


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