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Jovem morre após cair de tirolesa em AL
Estudante de 21 anos, Carla Andreia Almeida de Melo caiu de uma altura de cerca de 18 metros na praia do Francês
Dono do equipamento foi preso em flagrante; seu advogado diz que material utilizado era adequado para a prática do esporte
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma estudante de 21 anos
morreu após cair de uma altura
de cerca de 18 metros durante
prática de tirolesa -esporte radical em que o participante
desliza preso a um cabo- na
praia do Francês (25 km de Maceió), uma das mais freqüentadas do litoral de Alagoas.
O acidente foi na manhã de
domingo. Carla Andreia Almeida de Melo estava na praia com
o pai, o namorado e um irmão.
Comemorava sua aprovação no
curso de relações públicas da
Ufal (Universidade Federal de
Alagoas).
O equipamento para tirolesa
foi instalado há um ano e dois
meses na praia do Francês, que
fica na cidade de Marechal
Deodoro. Segundo os bombeiros, a torre onde começa a descida tem cerca de 20 metros de
altura. O participante desliza
por 50 metros antes de chegar à
água. Cada descida custa R$ 5.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o mosquetão (peça metálica que prende o equipamento
individual ao cabo) que Carla
usava durante a descida não
possuía trava e pode ter aberto.
"O mosquetão não era adequado para uso com pessoas",
disse o capitão Carlos Buriti,
que socorreu Carla. A estudante morreu na ambulância.
Segundo Buriti, o equipamento individual -espécie de
"cadeirinha" improvisada-
que a estudante usava não estava rompido nem quebrado. Como Carla girou o corpo para
deslizar de barriga para baixo
-o mais comum é descer sentado-, o movimento pode ter
aberto o mosquetão, na avaliação do bombeiro.
O dono do equipamento, Rui
Panceda Hecker, 50, foi preso
em flagrante no domingo, sob
acusação de homicídio culposo
(sem intenção de matar).
O advogado de Hecker, Antônio Benedito de Barros Filho,
disse que o equipamento utilizado por seu cliente é adequado
e que o mosquetão tinha trava.
"A mão dela [Carla] tinha que
ficar na corda. Pode ser que ela
tenha baixado a mão e soltado a
trava. Ele [Hecker] disse que
não sabe o que aconteceu."
Segundo o Corpo de Bombeiros, não há legislação nem normatização que regulamente a
prática da tirolesa."Não tem
como fiscalizar se não existe
uma lei", diz Buriti.
O delegado Eulálio Rodrigues, responsável pelo inquérito, afirmou que irá solicitar perícia no equipamento. As testemunhas começarão a ser ouvidas a partir de hoje.
A reportagem não conseguiu
localizar parentes de Carla. Ela
foi enterrada ontem, em Capela
(65 km de Maceió), onde vivia
com a família.
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