|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia diz saber quem deu trote em grávida
Delegado afirma, entretanto, que a estudante suspeita de ter jogado a mistura química em calouros não foi ouvida
Em Catanduva, calouros de medicina tiveram de baixar as calças enquanto participavam de um trote em cima de um viaduto
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Civil de Santa Fé do
Sul (625 km de São Paulo) disse
já ter identificado a estudante
suspeita de jogar o líquido que
causou queimaduras em uma
jovem de 18 anos, grávida de
três meses, durante um trote.
Além de Priscilla Muniz, estudante do primeiro ano do
curso de análise e desenvolvimento de sistemas, uma aluna
de letras, de 17 anos, também
registrou boletim de ocorrência afirmando ter sofrido queimaduras no trote dos veteranos da Funec (Fundação Municipal de Educação e Cultura),
na noite de segunda-feira.
O delegado Gervásio Fávaro
disse que a estudante suspeita
de ter jogado a mistura química
em Priscilla não foi ouvida. Ele
não revelou o nome dela.
A polícia investiga se outros
dois alunos que não registraram boletim de ocorrência ficaram feridos no trote.
A Folha localizou um deles.
O estudante do curso de gestão
ambiental Adrian Souza, 20,
afirmou ter tido queimaduras
na barriga durante o trote, em
frente à instituição de ensino.
"Vi a menina abrindo uma
garrafa e "tacando" o líquido em
mim. No outro dia, minha barriga estava queimada, uma
mancha. Meu médico disse que
eu vou ficar com a marca [da
queimadura] para toda a vida."
Souza disse que suspeita que
a mesma jovem que jogou o líquido nele tenha atirado o
composto em Priscilla.
Grávida de três meses, Priscilla teve queimaduras nas costas, braços e pernas após a estudante da Funec ter jogado
uma mistura de tíner e creolina
em seu corpo. Priscilla chegou
a ser internada por causa das
queimaduras. O bebê que ela
espera não corre riscos.
A Funec disse que um procedimento administrativo foi instaurado. Afirmou também que
aguarda as conclusões da polícia e que o trote é proibido dentro da instituição de ensino.
Fotos na internet
Em Catanduva (385 km de
SP), calouros de medicina das
Faculdades Integradas Padre
Albino tiveram de baixar as calças enquanto participavam de
um trote em cima de um viaduto da cidade, na segunda. As cenas foram parar na internet.
O coordenador do curso, José Alves de Freitas, disse que a
instituição proíbe o trote desde
2004. Ele afirmou que a faculdade vai tentar identificar os
veteranos que participaram do
trote, sujeitos até a expulsão.
Em Leme (189 km de SP),
dois estudantes foram indiciados sob suspeita de agredirem o
calouro Bruno César Ferreira,
21, na segunda. Ele afirmou que
foi submetido a chicotadas, entre outros maus-tratos. Em depoimento, os acusados negaram as agressões.
Texto Anterior: Jurandyr Bueno Filho (1942-2009): O autor do cartão-postal de Bauru Próximo Texto: Ministério Público Federal quer punir faculdade por trote Índice
|