São Paulo, sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

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Ministério Público Federal quer punir faculdade por trote

DO "AGORA"

O Ministério Público Federal em São Paulo quer punir faculdades pelos abusos em trotes. O procurador Jefferson Aparecido Dias diz que órgão tem de acompanhar a conduta das instituições e punir as que são coniventes -por ação ou omissão- com os constrangimentos sofrido pelos calouros.
"Elas [faculdades] se defendem dizendo que consta proibição [aos trotes] no regimento interno. Mas não me parece que isso é o suficiente."
Dias afirma que deve adotar medidas que vão desde uma recomendação de ajustes para a faculdade até a abertura de uma ação civil pública contra as entidades. "As faculdades têm um ano inteiro para se preparar [para a chegada dos novos alunos]. Mas todo ano temos que conviver com essas cenas."
De acordo com o procurador, além das ações civis, a faculdade pode ser punida criminalmente por crimes praticados por alunos veteranos. Mas, segundo o procurador, a competência nesses casos é do Ministério Público Estadual.

Mesma conduta
Dias acompanha caso ocorrido ontem em Catanduva (385 km de SP), onde cerca de 15 alunos tiveram de se despir em um viaduto. Ninguém se feriu, mas fotos foram parar na internet.
Ele diz que vai contatar os procuradores de Leme (189 km de SP) e Santa Fé do Sul (625 km de SP), que registraram trotes violentos, para que adotem a mesma conduta.
O coordenador da Faculdade de Medicina de Catanduva, José Alves de Freitas, disse que, em 2008, 13 alunos foram suspensos por uma semana após aplicar trotes em calouros. Ele afirma que, neste ano, os alunos ligados ao trote de ontem serão "desligados" da instituição. "Falamos para eles [calouros] irem para casa, porque havia gente [veteranos] querendo jogar farinha neles", conta.


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