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Na Câmara, estudante de física conta como foi barrada no aeroporto de Madri
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A mestranda em física pela
USP Patrícia Camargo Magalhães contou ontem na Comissão de Relações Exteriores da
Câmara que só foi ouvida por
autoridades espanholas dois
dias após desembarcar no aeroporto de Madri e que, antes da
entrevista, sua carta de denegação já estava pronta.
Ela chegou ao aeroporto por
volta das 9h30 de domingo, 10
de fevereiro. A entrevista ocorreu às 15h de terça-feira, dia 12.
Patrícia usaria a Espanha como porta de entrada para a Europa. Ela ia participar de um seminário científico em Lisboa
para apresentar estudos brasileiros sobre a partícula sigma.
Diante da resistência dos espanhóis em acreditar, ela contou
que solicitou à USP e à organização do seminário o envio de
um fax. "Eles só me disseram
que fax não é documento."
Privada de objetos pessoais,
inclusive de seu passaporte, ela
foi posta em uma sala "com
mais de cem pessoas", onde ficou até a manhã de quarta. Ali,
havia um telefone público, e as
autoridades de imigração definiam o horário de alimentação
e de dormir. "Eu me senti presa." Ao final dos três dias, ela
embarcou em um vôo da companhia Iberia de volta ao Brasil.
Em seu passaporte, consta
um carimbo informando a
inadmissão. O Itamaraty prometeu ajudar a retirar a inadmissão do sistema europeu.
(ID)
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