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USP endurece regras de jubilação de estudantes
Caiu de três para dois semestres consecutivos o prazo máximo que o aluno pode ficar sem se matricular na universidade
Válidas desde anteontem, as mudanças só começam a ser aplicadas, no entanto, aos alunos que entraram
na USP a partir deste ano
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma mudança no regimento
geral da USP alterou as regras
para cancelar a matrícula (jubilação) de alunos que deixem
de freqüentar cursos.
A partir da nova resolução,
assinada pela reitora Suely Vilela, ficaram menores os períodos em que o aluno pode permanecer fora da universidade
sem perder automaticamente o
direito à matrícula. O prazo
caiu de três para dois semestres
consecutivos sem matrícula.
Avaliada desde 2005, a medida foi aprovada pelo Conselho
Universitário no último dia 4 e
passou a vigorar anteontem.
As mudanças, porém, só começam a ser aplicadas aos estudantes que entraram na universidade a partir deste ano. A
USP conta com cerca de 50 mil
alunos na graduação.
"A intenção da nova regra é
identificar com mais antecedência aquele aluno que evadiu, para podermos usar essa
vaga", disse o professor Quirino
Augusto de Camargo Carmello,
coordenador da câmara do conselho de graduação que analisou a mudança.
Anualmente, a USP realiza
um concurso de transferência,
para que estudantes de outras
instituições possam ocupar
as vagas ociosas.
Outra mudança determinada
pelo conselho prevê que o aluno perde a matrícula quando ficar dois semestres seguidos
sem nenhum crédito (ou seja,
aprovado em ao menos uma
disciplina). O regimento antigo
previa até quatro semestres.
Uma das alterações mais
contundentes do regimento
acaba com a possibilidade de o
aluno ficar indefinidamente fora da universidade sem perder
o vínculo de forma definitiva.
O estudante excluído podia
pedir reanálise e, havendo vaga,
retomar o curso a qualquer momento (mesmo que 20 anos depois). Agora há um limite de
cinco anos para isso -e o pedido só poder ser feito uma vez.
Em viagem
A Folha procurou a reitora
para comentar a mudança no
regimento da universidade,
mas a assessoria de imprensa
informou que ela está em viagem oficial e não pôde conceder entrevista. A instituição
não informou quantos alunos
são jubilados anualmente.
A reportagem procurou também o DCE (Diretório Central
de Estudantes) ontem, mas
ninguém da diretoria estava. A
Folha deixou recados, mas
ninguém da entidade telefonou
de volta para o jornal até a conclusão desta edição.
"A mudança no regimento
ajuda a controlar problemas
causados pela evasão, mas é
preciso informar ao aluno
quando ele estiver prestes a ser
jubilado", diz o presidente da
Adusp (Associação dos Docentes da USP), Otaviano Helene.
Helene criticou somente o
estabelecimento de prazos para que o estudante apresente
pedido para ser reincorporado.
"É desnecessário, porque não
implica nenhum custo para a
universidade."
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