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Aumento de exigências deve acabar com "estudante profissional", dizem alunos
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento das exigências
para que os alunos permaneçam na USP deve ajudar a pôr
fim ao chamado "estudante
profissional" -aquele que
mantém o vínculo e usufrui da
estrutura e dos benefícios da
universidade sem estudar.
Essa é a opinião de pessoas ligadas à USP ouvidas pela Folha
ontem para comentar as mudança feitas pela instituição.
A USP oferece, por exemplo,
moradia estudantil e conjunto
poliesportivo. Outra vantagem
do vínculo, dizem eles, é a vida
social dentro do meio universitário, além da atuação em movimentos políticos.
Esses "profissionais", relata
um ex-aluno que pediu anonimato, costumam se integrar a
entidades de estudantes, o que
dá direito a mais tempo sem estudar antes que vença o prazo
para a jubilação.
"Tem muita gente que fica lá
seis, sete anos, ocupando a vaga
de quem quer estudar", diz
F.C., 24, que colou grau em publicidade após seis anos cursando a universidade.
Para o estudante Paulo Roberto Menechelli Filho, 24,
quintanista de direito, as mudanças são positivas. "Acho
bom diminuir o período-limite
para o aluno que fica sem freqüentar as aulas", diz ele, que
trancou a matrícula em 2006,
quando ficou um ano em Londres aprendendo inglês. "Não é
certo que fiquem ocupando as
vagas sem aproveitá-las."
Contra abusos de estudantes
que levam anos para se graduar, Menechelli entende
quando o aluno tem uma razão
-como o trabalho- para ficar
mais tempo longe do curso.
Opinião diversa tem C., do
curso de ciências sociais, que
era um dos líderes da invasão
da reitoria da USP por 50 dias,
no ano passado.
"As medidas cumprem a lógica quantitativa, de quanto
mais gente conseguir o diploma, quanto mais rápido se formar, melhor. É o que querem
mostrar à sociedade", disse.
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