São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Aumento de exigências deve acabar com "estudante profissional", dizem alunos

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento das exigências para que os alunos permaneçam na USP deve ajudar a pôr fim ao chamado "estudante profissional" -aquele que mantém o vínculo e usufrui da estrutura e dos benefícios da universidade sem estudar.
Essa é a opinião de pessoas ligadas à USP ouvidas pela Folha ontem para comentar as mudança feitas pela instituição.
A USP oferece, por exemplo, moradia estudantil e conjunto poliesportivo. Outra vantagem do vínculo, dizem eles, é a vida social dentro do meio universitário, além da atuação em movimentos políticos.
Esses "profissionais", relata um ex-aluno que pediu anonimato, costumam se integrar a entidades de estudantes, o que dá direito a mais tempo sem estudar antes que vença o prazo para a jubilação.
"Tem muita gente que fica lá seis, sete anos, ocupando a vaga de quem quer estudar", diz F.C., 24, que colou grau em publicidade após seis anos cursando a universidade.
Para o estudante Paulo Roberto Menechelli Filho, 24, quintanista de direito, as mudanças são positivas. "Acho bom diminuir o período-limite para o aluno que fica sem freqüentar as aulas", diz ele, que trancou a matrícula em 2006, quando ficou um ano em Londres aprendendo inglês. "Não é certo que fiquem ocupando as vagas sem aproveitá-las."
Contra abusos de estudantes que levam anos para se graduar, Menechelli entende quando o aluno tem uma razão -como o trabalho- para ficar mais tempo longe do curso.
Opinião diversa tem C., do curso de ciências sociais, que era um dos líderes da invasão da reitoria da USP por 50 dias, no ano passado.
"As medidas cumprem a lógica quantitativa, de quanto mais gente conseguir o diploma, quanto mais rápido se formar, melhor. É o que querem mostrar à sociedade", disse.


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