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Professor inventa armadilha para "caçar" mosquito da dengue
"Mosquitoeira" é feita com materiais simples, como garrafas PET e alpiste
DA SUCURSAL DO RIO
Como saber se, em volta de
sua casa, está rondando o mosquito transmissor da dengue
-o Aedes aegypti?
Para o professor Maulori Cabral, do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, há uma maneira simples: construindo
uma "mosquitoeira", armadilha para capturar o mosquito.
A tal "mosquitoeira" (mistura de mosquito com ratoeira) já
foi patenteada pela UFRJ, mas,
diz Cabral, é possível construir
um "genérico" da engenhoca
com materiais simples: como
garrafas PET, lixa, microtule
(tecido usado em véu de noiva),
fita isolante e grãos de arroz, alpiste ou ração para gato.
A armadilha atrai o mosquito
por causa da água parada com
pedaços de arroz, alpiste ou ração para gato -alimento para
as larvas. Se atraída, a fêmea
deixa seus ovos na armadilha.
Ao crescerem, eles não conseguirão fugir e, para matá-los,
basta, diz o pesquisador, chacoalhar o recipiente com água.
Segundo o pesquisador -que
apresentou ontem sua invenção numa palestra-, a principal função da "mosquitoeira" é
educativa -ela não desobriga o
morador de cuidar de sua casa
para que não haja ali nenhum
foco do Aedes aegypti.
"Não adianta o governo passar fumacê porque isso já é ineficaz contra o mosquito. Também não dá para esperar que
agentes passem em todas as casas aplicando larvicidas, já que
isso não ataca o ciclo evolutivo
do mosquito caso esteja ainda
na fase dos ovos", afirmou.
O pesquisador diz que a utilização da "mosquitoeira" foi
bem-sucedida no município de
Saquarema (região dos Lagos),
onde um trabalho com escolas
da cidade resultou na produção
de mais de mil armadilhas.
"Quando fizemos a avaliação
pela primeira vez, detectamos
que em 11% das casas foram
encontrados focos do mosquito. Numa segunda avaliação,
caiu para 7%." Os resultados da
avaliação da invenção de Cabral não foram publicados em
nenhuma revista científica.
Ele diz que já mostrou ao Ministério da Saúde a invenção,
mas que não houve resposta.
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