São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Professor inventa armadilha para "caçar" mosquito da dengue

"Mosquitoeira" é feita com materiais simples, como garrafas PET e alpiste

DA SUCURSAL DO RIO

Como saber se, em volta de sua casa, está rondando o mosquito transmissor da dengue -o Aedes aegypti?
Para o professor Maulori Cabral, do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, há uma maneira simples: construindo uma "mosquitoeira", armadilha para capturar o mosquito.
A tal "mosquitoeira" (mistura de mosquito com ratoeira) já foi patenteada pela UFRJ, mas, diz Cabral, é possível construir um "genérico" da engenhoca com materiais simples: como garrafas PET, lixa, microtule (tecido usado em véu de noiva), fita isolante e grãos de arroz, alpiste ou ração para gato.
A armadilha atrai o mosquito por causa da água parada com pedaços de arroz, alpiste ou ração para gato -alimento para as larvas. Se atraída, a fêmea deixa seus ovos na armadilha. Ao crescerem, eles não conseguirão fugir e, para matá-los, basta, diz o pesquisador, chacoalhar o recipiente com água.
Segundo o pesquisador -que apresentou ontem sua invenção numa palestra-, a principal função da "mosquitoeira" é educativa -ela não desobriga o morador de cuidar de sua casa para que não haja ali nenhum foco do Aedes aegypti.
"Não adianta o governo passar fumacê porque isso já é ineficaz contra o mosquito. Também não dá para esperar que agentes passem em todas as casas aplicando larvicidas, já que isso não ataca o ciclo evolutivo do mosquito caso esteja ainda na fase dos ovos", afirmou.
O pesquisador diz que a utilização da "mosquitoeira" foi bem-sucedida no município de Saquarema (região dos Lagos), onde um trabalho com escolas da cidade resultou na produção de mais de mil armadilhas.
"Quando fizemos a avaliação pela primeira vez, detectamos que em 11% das casas foram encontrados focos do mosquito. Numa segunda avaliação, caiu para 7%." Os resultados da avaliação da invenção de Cabral não foram publicados em nenhuma revista científica.
Ele diz que já mostrou ao Ministério da Saúde a invenção, mas que não houve resposta.


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