Ele e a filha de cinco anos morreram no acidente, em Goiânia; polícia e bombeiros afirmam que a queda foi proposital

Antes da queda, segundo a polícia, ele agrediu a mulher com um extintor; piloto é suspeito de ter estuprado menina de 13 anos em Goiás

Edvaldo Avala/Folha Imagem

Destroços do avião monomotor roubado que caiu em Goiânia

DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após agredir e brigar com a mulher, um homem roubou um avião monomotor, foi seguido por uma aeronave da Aeronáutica e um helicóptero da PM e caiu em um estacionamento do maior shopping de Goiânia, por volta das 18h de ontem. Cléber Barbosa da Silva estava com a filha Penélope, de cinco anos. Os dois morreram.
A polícia suspeita que a queda tenha sido proposital. Mas a análise inicial dos destroços mostra que não havia combustível nos tanques do avião, um Embraer EMB-712 Tupi, que havia decolado do Aeroclube de Brasília -cuja pista fica em Luziânia (GO), a 56 km da capital.
Segundo informações da polícia, dos bombeiros e de testemunhas, o avião, de prefixo PT-VFI, sobrevoou Goiânia por pelo menos meia hora antes de cair no estacionamento do shopping Flamboyant.
Ainda de acordo com a polícia, Cléber, em pelo menos três contatos via rádio com o avião da FAB, disse que iria se matar e que "estava disposto a provocar uma tragédia", nas palavras do delegado Jorge Moreira.
A FAB, em nota, nega que o piloto tenha feito contato e disse ter destacado um Mirage-2000 para proteger áreas de segurança em Brasília. Depois, despachou um Tucano para interceptá-lo e tentar contato.
Testemunhas contam que o avião fez voos rasantes perto de escolas e condomínios. Na cidade vizinha de Aparecida de Goiânia, Cléber deu rasantes em outro shopping e em um parque de diversões.
O delegado Jorge Moreira disse que Cléber não tinha emprego fixo, vivia às custas dos pais, que moram na Espanha, e frequentava o aeroclube de Goiânia. Por volta das 14h, segundo a polícia, ele agrediu com um extintor de incêndio a companheira no carro do casal.
Eles estavam, diz o delegado, na altura de Terezópolis de Goiás, a 17 km de Goiânia, seguindo em direção a Brasília. Na discussão, a mulher foi jogada na beira da estrada com o carro em movimento. Ela foi socorrida por uma ambulância que vinha logo atrás. Até ontem à noite, seguia internada, com traumatismo craniano.
Segundo a escrivã do posto policial do hospital, Edvalda Neiva, um cunhado da mulher disse que não foi a primeira vez que ela foi agredida -ele relatou que Cléber convidou mulher e filha para um "passeio".
Cléber e a filha foram a Luziânia, onde ele disse que queria fazer um voo. Antes da decolagem, segundo a polícia, ele rendeu com uma arma o piloto do aeroclube e decolou com a filha. O piloto ficou em terra.
Cléber é o principal suspeito de estuprar uma adolescente de 13 anos em Aparecida de Goiânia. Hoje seria protocolado o pedido de prisão temporária contra ele, segundo a delegada Ana Elisa Gomes Martins.
A jovem relatou que um homem em um Vectra branco, com a placa igual à do carro de Cléber, a abordou quando caminhava em direção ao colégio, na segunda-feira passada.
O homem perguntou onde ficava uma loja da região e pediu para a adolescente entrar no carro para explicar melhor o caminho. Ele tomou um rumo diferente do da loja e circulou por uma hora, até estacionar em um terreno baldio, onde, segundo a adolescente, ele a teria estuprado. A menina reconheceu a foto de Cléber.


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