São Paulo, sexta-feira, 13 de março de 2009

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Para delegado, piloto tinha intenção de atingir o shopping

Colisão com árvores das imediações teria evitado que a entrada principal fosse atingida pelo monomotor, diz polícia

Na hora do acidente, havia cerca de 5.000 pessoas dentro do Shopping Flamboyant, o mais movimentado de Goiânia

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O delegado Jorge Moreira, titular da Delegacia de Homicídios de Goiânia, afirma que Cléber Barbosa da Silva, 30, que pilotava o monomotor, só não conseguiu atingir o prédio do Shopping Flamboyant, o mais movimentado de Goiânia, porque colidiu com árvores nas imediações. Para ele, o piloto tinha a intenção deliberada de atingir a entrada principal.
Segundo a direção do shopping, cerca de 5.000 pessoas estavam em seu interior na hora da queda, pouco depois das 18h.
"Ele sequestrou um avião com a intenção clara de provocar uma tragédia. Não fez isso para jogar flores. Jogou-o claramente na direção do shopping, para atingir a entrada principal. Isso é óbvio", afirmou Moreira.
De acordo com o diretor técnico-administrativo do Flamboyant, Miranides Matos, o monomotor parou a cerca de 10 m da porta de entrada do shopping e a 5 m de uma marquise.
Ele disse que, conforme testemunhas, o piloto "claramente" tentou jogar o avião contra o shopping. "Todo mundo viu o avião voando baixo, mas ninguém poderia imaginar que ele faria isso."
Segundo o delegado, em "mais de três vezes", Cléber, em contato via rádio com o avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que o seguia, disse que iria se matar e que "estava disposto a provocar uma tragédia". A FAB, em nota, negou ter conseguido contato com o piloto.
A direção do Flamboyant informou que não houve danos na estrutura. O shopping deve abrir normalmente hoje. Apenas parte do estacionamento pode permanecer isolada para perícia e retirada de destroços.

O roubo
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia Distrital de Luziânia, Cléber foi ao aeroclube na cidade e pediu um passeio panorâmico com a filha. Não apresentava sinal de nervosismo.
Entrou no avião acompanhado de um instrutor e da filha. Às 16h15, durante o taxiamento, apontou uma arma para o instrutor, informou que era um assalto mandou que ele descesse e disse: "Já matei um hoje, quer ser o próximo?".
Cléber não chegou a pagar pelo passeio (R$ 420 por hora). O avião, que poderia voar por cinco horas sem reabastecer, não estava segurado.


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