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Para delegado, piloto tinha intenção de atingir o shopping
Colisão com árvores das imediações teria evitado que a entrada principal fosse atingida pelo monomotor, diz polícia
Na hora do acidente, havia cerca de 5.000 pessoas dentro do Shopping Flamboyant, o mais movimentado de Goiânia
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado Jorge Moreira, titular da Delegacia de Homicídios de Goiânia, afirma que
Cléber Barbosa da Silva, 30,
que pilotava o monomotor, só
não conseguiu atingir o prédio
do Shopping Flamboyant, o
mais movimentado de Goiânia,
porque colidiu com árvores nas
imediações. Para ele, o piloto tinha a intenção deliberada de
atingir a entrada principal.
Segundo a direção do shopping, cerca de 5.000 pessoas estavam em seu interior na hora
da queda, pouco depois das 18h.
"Ele sequestrou um avião
com a intenção clara de provocar uma tragédia. Não fez isso
para jogar flores. Jogou-o claramente na direção do shopping,
para atingir a entrada principal.
Isso é óbvio", afirmou Moreira.
De acordo com o diretor técnico-administrativo do Flamboyant, Miranides Matos, o
monomotor parou a cerca de 10
m da porta de entrada do shopping e a 5 m de uma marquise.
Ele disse que, conforme testemunhas, o piloto "claramente" tentou jogar o avião contra o
shopping. "Todo mundo viu o
avião voando baixo, mas ninguém poderia imaginar que ele
faria isso."
Segundo o delegado, em
"mais de três vezes", Cléber, em
contato via rádio com o avião
da FAB (Força Aérea Brasileira) que o seguia, disse que iria
se matar e que "estava disposto
a provocar uma tragédia". A
FAB, em nota, negou ter conseguido contato com o piloto.
A direção do Flamboyant informou que não houve danos
na estrutura. O shopping deve
abrir normalmente hoje. Apenas parte do estacionamento
pode permanecer isolada para
perícia e retirada de destroços.
O roubo
De acordo com o boletim de
ocorrência registrado na 1ª Delegacia Distrital de Luziânia,
Cléber foi ao aeroclube na cidade e pediu um passeio panorâmico com a filha. Não apresentava sinal de nervosismo.
Entrou no avião acompanhado de um instrutor e da filha. Às
16h15, durante o taxiamento,
apontou uma arma para o instrutor, informou que era um assalto mandou que ele descesse
e disse: "Já matei um hoje, quer
ser o próximo?".
Cléber não chegou a pagar
pelo passeio (R$ 420 por hora).
O avião, que poderia voar por
cinco horas sem reabastecer,
não estava segurado.
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