São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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Pitta vai analisar divisão de regionais

da Reportagem Local

O prefeito Celso Pitta afirmou ontem que pretende rever a distribuição das 27 administrações regionais de São Paulo e retirar influência dos vereadores.
Apesar de anunciar que está trabalhando em uma revisão, Pitta não antecipou novas medidas. Esta é a terceira vez que o prefeito tenta acabar com o chamado "loteamento de poder". Em troca do apoio na hora de aprovar projetos, vereadores da base governista podem indicar regionais.
Pouco antes de assumir a prefeitura, ele disse que ia acabar com a "distribuição". Sofreu represálias dos vereadores da base governista e teve de voltar atrás.
A última tentativa foi no início de fevereiro, quando Pitta anunciou um pacote para combater a corrupção e diminuir o poder das regionais sob influência dos vereadores. O pacote prevê a transferência de alguns serviços, como emissão de alvarás e fiscalização do comercio ambulante, para secretarias municipais.
As medidas foram enviadas para a Câmara Municipal em regime de urgência e ainda estão sendo analisadas. "Há um entendimento de que o modus operandi desses espaços políticos não está satisfazendo os anseios da cidade e muito menos da opinião publica e que requer uma revisão. Isso está sendo feito", disse Pitta.
O prefeito anunciou ontem outra alteração que muda a estrutura de poder na administração. Ele afirmou que vai "desmembrar" a Secretaria Municipal de Serviços e Obras da de Vias Públicas. O cargo era acumulado pelo ex-secretário Alfredo Mário Savelli, que pediu demissão anteontem.
Os nomes para as duas pastas serão divulgados na próxima semana. Segundo a prefeitura, o objetivo da mudança é desconcentrar poder e agilizar o funcionamento das secretarias. Juntas, elas respondem pelo quarto maior orçamento de 99. São R$ 552,6 milhões.
As duas secretarias detêm peso político determinante na hora das eleições. O próprio prefeito Celso Pitta admitiu que seu padrinho político Paulo Maluf elevou a dívida da cidade para concluir obras e garantir a sucessão municipal.
As duas secretarias vinham sendo centralizadas por uma pessoa desde a gestão Paulo Maluf, quando o cargo era ocupado por Reynaldo de Barros.
Pitta afirmou ontem que aceitou a demissão de Savelli após insistência do secretário. "Lamento a sua saída, mas eu não vou colocá-lo em uma situação em que ele se sinta constrangido e libera, portanto, o prefeito de qualquer outra crítica que poderia suscitar sua permanência aqui no governo."
Horas antes de aceitar a demissão, o prefeito havia afirmado que só afastaria Savelli se surgisse "evidência insofismável de seu envolvimento em algum esquema irregular". (GONZALO NAVARRETE)




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