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Pitta vai analisar divisão de regionais
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta afirmou
ontem que pretende rever a distribuição das 27 administrações regionais de São Paulo e retirar influência dos vereadores.
Apesar de anunciar que está trabalhando em uma revisão, Pitta
não antecipou novas medidas. Esta é a terceira vez que o prefeito
tenta acabar com o chamado "loteamento de poder". Em troca do
apoio na hora de aprovar projetos,
vereadores da base governista podem indicar regionais.
Pouco antes de assumir a prefeitura, ele disse que ia acabar com a
"distribuição". Sofreu represálias
dos vereadores da base governista
e teve de voltar atrás.
A última tentativa foi no início de
fevereiro, quando Pitta anunciou
um pacote para combater a corrupção e diminuir o poder das regionais sob influência dos vereadores. O pacote prevê a transferência de alguns serviços, como emissão de alvarás e fiscalização do comercio ambulante, para secretarias municipais.
As medidas foram enviadas para
a Câmara Municipal em regime de
urgência e ainda estão sendo analisadas. "Há um entendimento de
que o modus operandi desses espaços políticos não está satisfazendo os anseios da cidade e muito
menos da opinião publica e que requer uma revisão. Isso está sendo
feito", disse Pitta.
O prefeito anunciou ontem outra
alteração que muda a estrutura de
poder na administração. Ele afirmou que vai "desmembrar" a Secretaria Municipal de Serviços e
Obras da de Vias Públicas. O cargo
era acumulado pelo ex-secretário
Alfredo Mário Savelli, que pediu
demissão anteontem.
Os nomes para as duas pastas serão divulgados na próxima semana. Segundo a prefeitura, o objetivo da mudança é desconcentrar
poder e agilizar o funcionamento
das secretarias. Juntas, elas respondem pelo quarto maior orçamento de 99. São R$ 552,6 milhões.
As duas secretarias detêm peso
político determinante na hora das
eleições. O próprio prefeito Celso
Pitta admitiu que seu padrinho político Paulo Maluf elevou a dívida
da cidade para concluir obras e garantir a sucessão municipal.
As duas secretarias vinham sendo centralizadas por uma pessoa
desde a gestão Paulo Maluf, quando o cargo era ocupado por Reynaldo de Barros.
Pitta afirmou ontem que aceitou
a demissão de Savelli após insistência do secretário. "Lamento a
sua saída, mas eu não vou colocá-lo em uma situação em que ele se
sinta constrangido e libera, portanto, o prefeito de qualquer outra
crítica que poderia suscitar sua
permanência aqui no governo."
Horas antes de aceitar a demissão, o prefeito havia afirmado que
só afastaria Savelli se surgisse "evidência insofismável de seu envolvimento em algum esquema irregular".
(GONZALO NAVARRETE)
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