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REDE DE CORRUPÇÃO
Há suspeitas de que vereador apontado como destinatário final de propina envie dinheiro para exterior
Polícia investiga conta de Garib nos EUA
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
A Polícia Civil
de São Paulo investiga a existência de uma
conta corrente
em Miami
(EUA) em nome
do vereador e
deputado estadual eleito Hanna
Garib (PPB).
Garib é apontado pela polícia como destinatário final do dinheiro
arrecado pela máfia dos fiscais da
Administração Regional da Sé
-um esquema de extorsão promovido por funcionários públicos
contra ambulantes e comerciantes.
Segundo o delegado Naief Saad
Neto, um dos responsáveis pela investigação da rede de corrupção, a
apuração visa saber se Hanna Garib costuma enviar grandes montantes de dinheiro para o exterior
sem explicar a origem de seus rendimentos às autoridades.
Os policiais já possuem os dados
da conta -nome do banco, número e data de abertura- e devem
encaminhar hoje essas referências
ao Ministério Público Estadual para que sejam pedidas informações
sobre a movimentação financeira
de seu titular. Pelo trâmite usual,
cabe à Procuradoria Geral de Justiça do Estado solicitar ao Ministério da Justiça que a conta seja rastreada pelos norte-americanos.
A possibilidade de que a conta
suspeita tenha sido aberta por
Hanna Garib foi confirmada por
seu ex-sócio, o economista Sérgio
Luiz Janikian, 30. Em depoimento,
Janikian confirmou que, em 89, ele
mesmo apresentou o vereador a
um mexicano que dirigia o banco
que detém a conta investigada.
O advogado de Garib disse que
vai dar uma procuração à polícia
para que ela tenha acesso às contas
do vereador, inclusive no exterior
(leia texto abaixo).
Janikian foi sócio do parlamentar entre 1988 e 1996 na empresa
Ghojan Construtora Ltda, com sede em Guarulhos (Grande SP).
No contrato da Ghojan figuravam como proprietários as empresas Ghogha Empreendimentos
Imobiliários -que pertence a Garib e a seu irmão, Fuad Jorge El
Ghorayeb- e Janiki Construtora
Ltda -de Janikian e sua mãe.
A empresa conjunta era administrada pelo irmão de Garib. Em
96, Janikian vendeu ao vereador o
direito de exploração dos empreendimentos da empresa, mas
passou a ser o único proprietário
contratual da firma, que hoje está
em nome da família e permanece
fora de atividade.
A polícia investiga a suspeita de
que Garib usava a Ghogha para lavagem do dinheiro arrecadado pelo esquema de corrupção.
Em depoimentos à polícia, testemunhas disseram que a empresa
reduzia o custo de suas obras nas
declarações contábeis para justificar a origem de parte do dinheiro
arrecado ilegalmente.
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