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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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Obras não têm intenção eleitoral, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo, José Américo Dias, admite que neste ano a prefeitura pretende investir mais em obras, mas nega que elas tenham um caráter eleitoral.
"A prefeita Marta Suplicy afasta qualquer debate no governo sobre a sucessão municipal", disse ele. "Não fazemos um trabalho pensando em reeleição."
Mesmo assim, a prefeitura programou uma campanha publicitária na TV, rádio e em folhetos para divulgar a entrega dos primeiros CEUs, prevista para maio.
"Será uma campanha dirigida para o usuário dos CEUs, ou seja, os alunos e seus familiares", declarou Dias. A prefeitura também irá aproveitar o espaço para divulgar outras iniciativas na área de educação.
Outra ferramenta que será utilizada na campanha é o telemarketing, pelo qual a prefeitura irá informar a população dos bairros onde serão construídos os CEUs sobre as matrículas.

Finanças
De acordo com o secretário, os investimentos em obras de maior visibilidade a partir deste ano, mais que um apelo político, têm uma explicação financeira.
"No primeiro ano da administração [2001", passamos por um momento difícil, com falta de recursos", afirmou. Naquele ano, a prefeitura investiu menos de 2% do Orçamento, algo em torno de R$ 120 milhões. Isso ocorreu, entre outros motivos, porque alguns financiamentos previstos pelo ex-prefeito Celso Pitta acabaram não acontecendo. Além disso, a prefeitura acusou o antecessor de subestimar a folha de pagamento do funcionalismo.
Em 2002, segundo Dias, o esforço maior da administração foi expandir os programas sociais. O Renda Mínima, por exemplo, que em 2001 teve uma dotação orçamentária de R$ 60 milhões, em 2002 consumiu R$ 160 milhões.
Neste ano, porém, o Orçamento irá permitir que a prefeitura amplie seus investimentos em obras de maior visibilidade. "Isso porque as finanças já estão equilibradas", afirma o secretário.
Além disso, outro fator que está contribuindo para a retomada de obras é a liberação de investimentos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para projetos como o que prevê a reurbanização do centro.
O secretário, porém, afasta o caráter de marketing político que as obras visíveis possam provocar. "É um círculo normal do governo", afirma ele.
Dias afirmou ainda que "é o partido quem tem de trabalhar do ponto de vista eleitoral, e não a prefeitura".
E o partido deverá fazê-lo. No programa do PT estadual que irá ao ar no dia 18, a prefeita terá um papel de destaque. A equipe do publicitário Duda Mendonça andou conversando com ela e com o próprio Dias sobre o que pretende mostrar da administração de Marta. Os CEUs serão um dos principais pontos.


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