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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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URBANISMO

Projeto é marcado pela preocupação com o turismo

Plano Diretor de Campos do Jordão prevê reformular transporte urbano

FABIANA CORRÊA
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Campos do Jordão na última temporada de inverno: filas de carros nas poucas ruas e avenidas que formam o seu único eixo viário, impossibilidade de achar vagas para estacionar, demora de até uma hora para percorrer 5 km, ônibus, pedestres e ciclistas misturados a carros no caótico trânsito urbano e dificuldade para achar o destino.
Campos do Jordão em temporadas futuras: principais ruas e avenidas centrais mais largas, trens rápidos ligando os bairros e o centro aos pontos turísticos, ciclovias, trem turístico cortando praticamente todo o município, vias alternativas ao eixo central para caminhões e ônibus, sinalização dos melhores acessos aos pontos turísticos.
Segundo o diretor do Departamento de Sistema Viário de Campos, Rodrigo Machado Cintra, de julho a agosto de 2002, a cidade recebeu cerca de 500 mil carros -40 vezes a frota do município, que é de 12.384 veículos- e 1,5 milhão de visitantes.
A mudança de cenário, que pode demorar até 20 anos para ser concretizada, será possível se as propostas contidas no novo Plano Diretor de Campos do Jordão forem implantadas -a Câmara deve aprová-lo em 15 dias.
O plano, que deverá substituir o anterior, de 1978, prevê, entre os seus principais pontos, a reformulação do transporte urbano, o que inclui o controle dos ônibus de turismo, a ampliação da malha viária e a implantação de um sistema de trens rápidos.
Elaborado pelo arquiteto Jorge Wilheim, atual secretário de Planejamento da Prefeitura de São Paulo, e apoiado pela Ame Campos, entidade que reúne paulistanos com casas na cidade, o plano é marcado pela preocupação com o turismo, principalmente a resolução do caótico trânsito local.
"O turismo é a nossa galinha dos ovos de ouro. Não podemos deixá-la escapar", disse o secretário municipal de Planejamento, Antônio Carlos Gonçalves.

Mudanças viárias
Entre as principais mudanças propostas para o sistema viário estão a criação de vias alternativas que interligariam os pontos turísticos da cidade sem ter de passar pela região central, além de uma via perimetral exclusiva para caminhões.
Outra proposta é a criação de um bolsão para estacionamento de ônibus de turismo ao lado do portal da entrada da cidade. Em 2002, Campos recebeu na temporada 700 ônibus de turismo por mês. "Em certos domingos, registramos 160 ônibus fretados na cidade", disse Cintra.
Segundo Cintra, a idéia é criar um sistema alternativo, com trens, vans e outros tipos de veículos para transportar os turistas do estacionamento, no portal, até os pontos turísticos da cidade.
Além disso, os ônibus que por algum motivo não possam ficar no estacionamento seguiriam rotas predeterminadas, que evitassem a região central.
O projeto prevê, ainda, a criação de um sistema de trens rápidos no eixo viário, com bilhetagem integrada com os ônibus. "Seria um bilhete único e evitaria que os moradores usassem carro para ir ao centro, além de atender aos turistas que vêm de ônibus", afirmou Gonçalves. Também está prevista a criação de uma ciclovia, com 13 quilômetros de extensão, indo do portal até o Horto Florestal. Outros projetos são a expansão da estrada de ferro até o horto e o alargamento das vias do centro.


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