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Conde se diz arrependido de propor muro
DA SUCURSAL DO RIO
Após ser criticado por todos os
lados, o vice-governador, secretário estadual de Meio Ambiente e
candidato do PMDB à Prefeitura
do Rio, Luiz Paulo Conde, disse
ontem estar "arrependido" de ter
proposto a construção de um muro em torno da Rocinha, mas que
não desistiu de fazer a demarcação dos limites da favela.
A proposta foi o estopim para
um bate-boca entre o prefeito do
Rio, Cesar Maia (PFL), e o governo estadual. Maia, que é candidato à reeleição, disse que o governo
estadual queria criar o "parque temático da cocaína" na Rocinha.
Anteontem, segundo o jornal
"O Globo", Conde havia proposto
erguer um muro de 3 m de altura
para impedir a expansão da favela
e o acesso de bandidos à mata vizinha -área de proteção ambiental que pertence ao Parque
Nacional da Tijuca.
"O muro não faz mais parte do
meu vocabulário. Estou arrependido de ter usado essa palavra,
desgastada simbolicamente. Minha intenção é ajudar a Rocinha,
mas, se todo mundo acha que o
muro é ruim, pronto, esquece,
pode ser uma cerca de raio laser."
De manhã, ao criticá-lo, Maia
foi incisivo: "Será uma espécie de
parque temático da cocaína, o "cocaine world". Só faltam roletas eletrônicas, as 50 bocas-de-fumo podem ser estações com diferentes
graus de pureza de cocaína, com
droga química, com maconha de
diversas intensidades e até um
serviço delivery pode ser oferecido. Isso é uma piada".
O prefeito, que já cercou 40 favelas com cabo de aço para impedir a expansão sobre áreas verdes,
defendeu a decretação do estado
de defesa no Rio, com a União comandando a Polícia Militar. Maia
disse ainda que Anthony Garotinho não tem capacidade para ser
secretário de Segurança e acusou
ele, Conde e a governadora Rosinha Matheus (PMDB), de formarem um "conjunto de autismo".
Nota do governo estadual classificou as declarações do prefeito
como "estapafúrdias" e "irresponsáveis". Diz a nota que desde a
primeira gestão Maia (1993-96)
até hoje a área da Rocinha expandiu-se em "quase 20% sem controle da municipalidade". "O assunto segurança pública é sério e
não deve ser tratado de forma
oportunista", conclui a nota.
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