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URBANISMO
Ministério Público exige execução de sentença que determina fim do comércio irregular na região de Pinheiros
Promotoria cobra fechamento de lojas
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2001, a Justiça determinou,
em sentença definitiva, que a Prefeitura de São Paulo fechasse 183
lojas e escritórios que desrespeitam a Lei de Zoneamento na região de Pinheiros (zona oeste).
Passados dois anos, a maioria está
no mesmo lugar. Por isso, o Ministério Público Estadual resolveu
pedir a execução da sentença.
Protocolado no último dia 29,
na 9ª Vara da Fazenda Pública, o
pedido cobra providências da
Subprefeitura de Pinheiros e dá 30
dias de prazo para que os resultados apareçam. Caso contrário, a
administração municipal poderá
ser multada em R$ 1.000 por dia,
referente a cada um dos estabelecimentos que permanecerem irregulares. O prazo passa a contar
a partir da notificação judicial.
Além disso, os comerciantes e
proprietários correm o risco de
ter decretado o fechamento com
auxílio da polícia. A subprefeita
de Pinheiros, Bia Pardi, pode ser
processada por desobediência e
improbidade administrativa.
De acordo com a promotora de
Habitação e Urbanismo, Cláudia
Maria Baré, que substitui João Lopes Guimarães Júnior, não há por
que a Justiça negar o pedido de
execução da sentença, que pode
sair a qualquer momento.
Isso porque a prefeitura perdeu
em todas as instâncias. A ação se
arrasta desde 1997. "Eles [da subprefeitura" poderiam alegar que
não têm como executar a ordem
porque há poucos fiscais, mas até
esse argumento já foi usado", diz.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Subprefeitura de Pinheiros informou que
Pardi espera a notificação da Justiça para se pronunciar a respeito.
Na lista do Ministério Público
há escritórios de arquitetura, grifes internacionais, escolas particulares, agências bancárias e clínicas médicas -todos acusados de
desrespeitar a Lei de Zoneamento
por se instalarem em bairros estritamente residenciais.
Recentemente, em evento da
Associação Comercial de São
Paulo, a prefeita Marta Suplicy
(PT) se posicionou a favor do comércio ilegal, alegando que a região onde estão os estabelecimentos já teria se descaracterizado.
"Tira-se a loja e vai colocar o
quê?", questiona o presidente da
entidade, Guilherme Afif Domingos. "Ninguém irá querer morar
na [alameda] Gabriel [Monteiro
da Silva]. Ficarão imóveis vazios e
pichados. É preciosismo da Justiça", diz Afif, que mora no bairro.
O presidente da Associação Comercial cobrou posicionamento
dos vereadores, que têm, em pauta, um projeto que propõe a anistia ao comércio irregular, de autoria do ex-vereador e deputado federal José Mentor (PT), aprovado
em primeira votação em 2002.
A Câmara Municipal, porém,
deve enterrar o projeto de vez. Na
bancada petista, a previsão é de
que, no segundo semestre, seja
votada a nova Lei de Zoneamento, o que o tornaria sem sentido.
"Estou ouvindo os setores interessados no sentido de construir
um amplo consenso", diz João
Antonio (PT), líder do governo.
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