UOL


São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Bolsas para devedores e sistema alternativo de avaliação em colégios mostram busca de autonomia na rede privada

Faculdades particulares criam financiamento próprio

ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um programa de financiamento para alunos carentes e outro de avaliação da qualidade escolar, ambos privados, estão sendo implantados neste mês e mostram que os colégios e as faculdades particulares estão dispostos a executar parte das tarefas feitas normalmente pelo governo.
O Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior de São Paulo) lançou ontem o Programa de Amparo Educativo Temporário -uma espécie de crédito educativo privado para emprestar dinheiro a estudantes carentes em faculdades. O governo federal tem o Fies (Programa de Financiamento Estudantil), voltado para o mesmo público.
Daqui a duas semanas, no dia 26, será a vez de um programa privado de avaliação escolar.
O governo já tem o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), cujo objetivo é o mesmo: conferir o nível do sistema de ensino (leia texto abaixo).
O Semesp criou uma entidade independente só para gerenciar o programa -o Cebrade (Centro Brasileiro de Desenvolvimento do Ensino Superior). Segundo o diretor-executivo da entidade, o economista Marcos Pires Valdívia, a iniciativa não significa desaprovação da política oficial.
"É muito cedo para avaliar o desempenho do governo Lula, mas, como o Fies não atende na totalidade, precisamos encontrar outros mecanismos. O nosso programa e o Fies não são concorrentes, eles têm de se completar."
Segundo Valdívia, a inadimplência média entre alunos do ensino superior particular é de 20% no Estado de São Paulo.
Há 800 mil alunos em instituições privadas no Estado. Isso significa que 160 mil são devedores -temporários ou permanentes.
"O Cebrade não vai resolver o problema de financiamento dos alunos. É praticamente impossível atingir esse número. O que tentamos é amenizar", diz.
Como no esquema oficial, o aluno começa a pagar o financiamento depois de um ano de formado (veja quadro ao lado).
Diferentemente do Fies, não há cobrança de juros, mas o aluno tem de pagar conforme o custo atualizado das mensalidades.
O Semesp diz não ter o percentual de reajuste médio dos cursos de instituições particulares no último ano. "Os aumentos têm sido pequenos, por causa das dificuldades dos alunos", diz Valdívia.
As inscrições, nas próprias faculdades, devem ser feitas a partir da próxima semana.


Texto Anterior: Urbanismo: Promotoria cobra fechamento de lojas
Próximo Texto: Instituto espanhol vai avaliar escolas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.