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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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Instituto espanhol vai avaliar escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

Um programa privado de avaliação escolar da Espanha promete analisar o conhecimento dos estudantes, a qualidade da educação e a satisfação de pais, alunos e professores em colégios particulares e públicos do país.
O projeto será executado a partir do próximo dia 26 pelo Instituto de Desenvolvimento, Investigação e Avaliação Educacional (Idéia), uma organização privada de origem espanhola.
O trabalho permite às escolas comparar seus resultados com os das outras participantes e corrigir rumos. Myriam Tricate, diretora-geral do Idéia e do colégio Magno, de São Paulo, diz que o modelo é diferente da avaliação aplicada por sistemas governamentais, como o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
A análise, feita com alunos da 5ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 2ª série do ensino médio, inclui testes de português e de matemática, mas ela afirma que o projeto não se resume a medir esses conhecimentos objetivos.
Segundo a professora, o método avalia não só se o aluno tem informação, mas se sabe aplicá-la na vida prática e se está recebendo uma boa formação de valores.
O sistema não produz um ranking. Cada colégio só fica sabendo do seu próprio resultado. É divulgado um quadro geral com as médias de todos os participantes, sem divulgar o nome das escolas. Cada instituição pode conferir se está acima ou abaixo dessas médias e, a partir daí, corrigir os eventuais problemas. "Saber se está em primeiro ou em quinto não leva a nada. Interessa saber que meu professorado não está satisfeito com a direção, que o pai não acha que a escola esteja dando boa formação, embora esteja dando boa informação", diz.

Avaliar não basta
Mais importante do que fazer avaliação é abrir a escola para a participação efetiva dos pais, dos professores e dos alunos.
Essa é a opinião de Vitor Henrique Paro, professor da Faculdade de Educação da USP e especialista em política educacional. "Sou completamente cético quanto a iniciativas desse tipo. Precisa pagar melhor os professores, mudar a estrutura da escola, introduzir métodos modernos." (APF)


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