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Instituto espanhol vai avaliar escolas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um programa privado de avaliação escolar da Espanha promete analisar o conhecimento dos
estudantes, a qualidade da educação e a satisfação de pais, alunos e
professores em colégios particulares e públicos do país.
O projeto será executado a partir do próximo dia 26 pelo Instituto de Desenvolvimento, Investigação e Avaliação Educacional
(Idéia), uma organização privada
de origem espanhola.
O trabalho permite às escolas
comparar seus resultados com os
das outras participantes e corrigir
rumos. Myriam Tricate, diretora-geral do Idéia e do colégio Magno,
de São Paulo, diz que o modelo é
diferente da avaliação aplicada
por sistemas governamentais, como o Saeb (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica).
A análise, feita com alunos da 5ª
e 8ª séries do ensino fundamental
e da 2ª série do ensino médio, inclui testes de português e de matemática, mas ela afirma que o projeto não se resume a medir esses
conhecimentos objetivos.
Segundo a professora, o método
avalia não só se o aluno tem informação, mas se sabe aplicá-la na
vida prática e se está recebendo
uma boa formação de valores.
O sistema não produz um ranking. Cada colégio só fica sabendo
do seu próprio resultado. É divulgado um quadro geral com as médias de todos os participantes,
sem divulgar o nome das escolas.
Cada instituição pode conferir se
está acima ou abaixo dessas médias e, a partir daí, corrigir os
eventuais problemas. "Saber se
está em primeiro ou em quinto
não leva a nada. Interessa saber
que meu professorado não está
satisfeito com a direção, que o pai
não acha que a escola esteja dando boa formação, embora esteja
dando boa informação", diz.
Avaliar não basta
Mais importante do que fazer
avaliação é abrir a escola para a
participação efetiva dos pais, dos
professores e dos alunos.
Essa é a opinião de Vitor Henrique Paro, professor da Faculdade
de Educação da USP e especialista
em política educacional. "Sou
completamente cético quanto a
iniciativas desse tipo. Precisa pagar melhor os professores, mudar
a estrutura da escola, introduzir
métodos modernos."
(APF)
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