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Fundo para setor não anima lideranças
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após reunião pela manhã com
representantes de movimentos de
sem-teto, em que houve a cobrança por agilidade na política habitacional, o Ministério das Cidades
anunciou ontem à tarde, em Brasília, sua proposta para a criação
do Fundo Nacional de Habitação
de Interesse Social.
Não há previsão, porém, do percentual de verbas do Orçamento
da União a ser destinado ao fundo, voltado a famílias com renda
de até três salários mínimos.
A criação do fundo está prevista
no projeto de lei 2.710, que tramita no Congresso há 12 anos. Desde
o ano passado, um grupo estuda
atualizações para o projeto.
Havia divergências dentro do
próprio governo sobre o assunto,
principalmente da equipe econômica, que resiste à idéia de vincular recursos da União à habitação.
Somente ontem, o Ministério
das Cidades entregou as mudanças que considera necessárias.
A apresentação da proposta, no
entanto, não agradou totalmente
às lideranças dos movimentos.
Dizem que vão analisar as alterações para saber se contemplam as
reivindicações dos sem-teto.
"Não estamos dizendo que está
assegurado o volume de recursos,
mas a criação dele e o compromisso do governo de ter verba para o fundo", afirmou o ministro
das Cidades, Olívio Dutra, em discurso para cerca de 400 pessoas.
Sem-teto, lideranças dos movimentos e deputados participaram
de audiência pública na Câmara
dos Deputados.
Segundo Dutra, o governo pretende trabalhar para que o projeto
seja aprovado no Congresso antes
das eleições municipais.
No final do mês passado, quando esteve em encontro do movimento por moradia, o ministro
chegou a dizer que o fundo poderia ficar para 2005. À época, os líderes marcaram 12 de maio (ontem) como Dia Nacional de Luta
pela Moradia Popular.
Uma caravana levou, segundo
os organizadores, cerca de mil
pessoas à capital federal.
"A lei pode existir, mas, se houver imóveis vazios e pessoas sem
moradia, o movimento vai continuar com pressão", afirmou Donizete de Oliveira, da coordenação nacional da União Nacional
por Moradia Popular.
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