DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades de sem-teto fizeram um levantamento de 72 áreas pertencentes ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), em 13 Estados, que podem ser usadas em negociações com o governo federal ou até se tornarem alvo de invasões.
O documento traz endereços, medidas do imóvel e situação jurídica de prédios e terrenos espalhados por 26 cidades brasileiras. Em relação ao Estado de São Paulo, o levantamento traz dados sobre dez áreas na capital paulista, duas em Cruzeiro (221 km de SP) e uma em Mauá (Grande SP).
Entre os 72 imóveis -a maioria repassada ao INSS em troca de dívidas-, existem áreas alugadas para estacionamento ou ocupadas por lojas de automóveis.
Para Vera Eunice da Silva, do Movimento Estadual de Moradia Popular, a lista das áreas do INSS vai ser usada nas negociações com o governo federal. "Reivindicamos, de imediato, 10 mil unidades, e essas áreas podem ser utilizadas", disse. Ela afirma que a listagem pode ser usada em invasões se o governo se negar a negociar.
Valdir Lima Cordeiro, da UMM (União de Movimentos de Moradia), disse que, mais do que ocupações, o objetivo da lista é coletar informações para propor projetos ao governo. Segundo ele, esses dados estão disponíveis no site do INSS.
A assessoria do Ministério da Previdência -pasta da qual o INSS é subordinado- informou que os dados sobre imóveis do instituto não interessam ao "público em geral" e que não estão disponíveis no seu site. A assessoria diz desconhecer como os dados foram parar em poder das entidades.
(GILMAR PENTEADO)


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