São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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Mais dois bebês morrem no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou ontem que mais dois bebês morreram supostamente contaminados por nutrição parenteral. Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que mais nove pacientes tiveram infecção após receber a solução fornecida pelo laboratório Ganutre.
Os novos casos de morte registrados não alteraram o total de óbitos, 14, já que as secretarias informaram ontem que dois casos divulgados na véspera não tiveram relação com a nutrição parenteral. O número de pacientes com infecção subiu para 33.
Os dois novos óbitos ocorreram no Instituto Municipal da Mulher Fernando Magalhães, em São Cristóvão (zona norte), onde seis crianças morreram desde a semana passada. Foram retirados da lista de supostas vítimas do soro contaminado os casos de um homem de 82 anos no hospital Lourenço Jorge, na Barra (zona oeste), e o de uma criança no hospital Daniel Lipp, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
Das 14 mortes, 13 ocorreram em hospitais municipais do Rio e a outra, em uma clínica particular de Niterói (a 15 km do Rio).
As vítimas morreram de infecção generalizada, causada pela bactéria enterobacter. A nutrição parenteral é uma fórmula de manipulação que é aplicada por via intravenosa em pessoas que não têm condições de se alimentar normalmente, como bebês recém-nascidos ou idosos.
Ontem, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), que investiga o caso, pediu às unidades onde ocorreram as mortes a apresentação de diretores e médicos e a cópia do prontuário dos pacientes que morreram. A delegacia também pediu a apresentação de diretores do laboratório Ganutre, interditado na sexta-feira.
A contaminação de quatro bebês em novembro do ano passado no Rio por uso de nutrição parenteral fornecida pelo laboratório Nutriente permanece inconclusa.
Segundo a empresa, o problema ocorreu devido à contaminação externa de frascos de lipídios usados no produto.
A empresa foi autuada pela Vigilância Sanitária, apresentou sua defesa e, desde então, não recebeu nenhuma resposta. "Não fomos multados nem interditados", disse o consultor médico da Nutriente, Hélio Rocha.


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