São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

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RIO

Plano é construir dois batalhões e cinco companhias da PM e 32 delegacias; secretário não informou de onde virá a verba

Garotinho anuncia pacote de segurança

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O fracasso das negociações para a atuação das Forças Armadas no Rio levou o secretário estadual de Segurança Pública do Estado, Anthony Garotinho, a anunciar ontem mais um pacote de segurança para a região metropolitana.
Diante de policiais militares perfilados no 22º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no complexo de favelas da Maré (Bonsucesso, zona norte), o secretário, em discurso, disse que, até o fim do ano, o Rio terá mais dois batalhões (Barra da Tijuca, na zona oeste, e Belford Roxo, na Baixada Fluminense), cinco companhias da PM e 32 delegacias da Polícia Civil.
Ele disse ainda que entregará às polícias 250 carros, 4.000 coletes à prova de balas e 500 fuzis. Do novo pacote também consta a criação, ainda neste ano, da Central de Comando e Controle. A unidade deverá receber as imagens geradas por câmeras espalhadas por toda região metropolitana.
Apenas três batalhões da PM são, hoje, equipados com câmeras que vigiam os pontos considerados mais perigosos de cada área de atuação: o 19º BPM (Copacabana), o 23º BPM (Leblon, zona sul) e o 17º BPM (Ilha do Governador, zona norte).
De acordo com o secretário, até o fim do ano os outros 19 batalhões da região metropolitana terão um sistema de câmeras. Ainda segundo Garotinho, todos eles estarão ligados à Central de Comando e Controle, que deverá funcionar no prédio da antiga Central do Brasil (centro), onde o gabinete de Garotinho foi instalado na semana passada.
O secretário esteve na Maré para entregar dez novos carros para o patrulhamento. Aos praças e oficiais presentes, o secretário disse que "foram autorizadas as liberações de verbas" para a construção de seis postos de polícia técnica e a compra de três módulos móveis de perícia -carros com equipamentos e materiais para a perícia de locais de crimes.

Dinheiro
No discurso, Garotinho só não anunciou quanto custará o pacote e de onde tirará a verba para as obras e compras anunciadas. Ele não deu entrevistas ontem.
A Folha pediu à Secretaria de Segurança informações sobre o total a ser gasto e a origem do dinheiro. Até a conclusão desta edição, a secretaria não havia prestado as informações.
A julgar pelo ritmo da construção das chamadas delegacias legais, informatizadas e sem carceragem, Garotinho pode ter dificuldades para inaugurar as 32 que prometeu. Pelo site da secretaria na internet, há apenas cinco delegacias em obras. Neste ano, nove já foram inauguradas.
No discurso, Garotinho não falou sobre as negociações com o governo federal. Fez uma referência velada ao episódio, que parece ter se encerrado na segunda-feira, quando ele e a governadora Rosinha Matheus (PMDB) se reuniram com os ministros José Viegas (Defesa), Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) e com o general Francisco Roberto de Albuquerque, comandante do Exército.
"O governo do Estado está fazendo sua parte, enfrentando todos os desafios existentes na segurança pública, e não vai modificar o planejamento elaborado com o objetivo de combater a criminalidade", disse o secretário.


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