São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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LIBERDADE, LIBERDADE

A 9ª Marcha Noturna pela Democracia Racial, no centro de SP, recordou fuga para quilombos

Ato lembra abolição com velas e atabaques

João Wainer/Folha Imagem
Manifestantes empunham velas e tochas em ato que relembrou a abolição da escravidão, no centro de São Paulo, ontem à noite


DA REPORTAGEM LOCAL

Os primeiros minutos do dia 13 de maio, Dia da Libertação dos Escravos, foram marcados por um ato público noturno em que mais de 150 membros do Movimento Negro Unificado (MNU) percorreram o centro de São Paulo segurando velas e tochas, ao som de atabaques.
A 9ª Marcha Noturna pela Democracia Racial -cujo tema de 2005 foi "basta de violência, queremos a paz"- homenageou os escravos rebelados que fugiam pela mata, durante a noite, rumo aos quilombos.
"É uma homenagem, mas também é um ato para conscientizar a população negra de que precisamos insistir na busca da liberdade plena", afirmou a advogada Maria da Penha Guimarães, 58, que criou a marcha na época em que presidia a subcomissão do negro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo.
"O dia 13 de maio é um dia de denúncia. Ainda não somos livres porque não temos oportunidades iguais de trabalho, de estudo e de ascensão social."
Após um ato inter-religioso, a marcha partiu da Igreja da Boa Morte, no centro -conhecida por ser o local onde os escravos rebelados recebiam bênçãos antes de serem executados-, e seguiu por vários pontos que marcaram a história do negro e da escravidão no Brasil até chegarem ao largo do Paissandu, onde fica a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
A marcha contou com a presença de lideranças religiosas, de grupos de cultura negra, do vereador Paulo Teixeira (PT) e do deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho.


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