São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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Projeto dá passe para desempregado

DA REPORTAGEM LOCAL

Na leva de mais de 30 projetos de vereadores aprovados, em poucos minutos, pela Câmara na noite de quarta-feira, há um do PT que coloca o prefeito José Serra (PSDB) em uma situação delicada: o passe de transporte livre para o trabalhador desempregado. Se o prefeito sancionar a lei, deverá destinar R$ 20 milhões do Orçamento para esse fim.
Caso Serra vete o projeto, irá contrariar um de seus compromissos de campanha, que lhe rendeu o apoio político de Paulo Pereira da Silva (PDT) -o Paulinho da Força Sindical.
Nas eleições municipais, Paulinho disse que apoiaria Serra se o PDT levasse em troca a Secretaria do Trabalho e algumas bandeiras de sua candidatura, dentre elas o passe livre para o desempregado e a instalação de novos Centros de Solidariedade ao Trabalhador. Paulinho foi procurado para dizer se aprova a proposta do petista, mas não retornou às ligações.
O vereador Claudio Prado (PDT), aliado de Paulinho, demonstrou que o partido já não tem tanto interesse na proposta, e sim na implantação dos novos centros de solidariedades nas subprefeituras, cujo projeto também foi aprovado pela Câmara. "Esse projeto do passe vai ser vetado, pois já existe lei para isso."
O autor da proposta, Beto Custódio (PT), discorda: "Propus esse projeto em 2001 e não há nenhuma lei que regulamente isso. Existiu uma lei no tempo da prefeita Luiza Erundina (hoje no PSB), que caiu na gestão seguinte". Ele disse que o projeto não foi aprovado na gestão Marta Suplicy (PT), porque a petista, diz, investiu no Bilhete Único e na implantação de corredores de ônibus.
Apesar de a proposta ter sido aprovada por maioria, o líder do governo na Câmara, José Anibal (PSDB), afirmou ontem que o projeto deve ser vetado pelo prefeito. "Essa isenção do trabalhador tem um custo. E temos que reduzir os custos de São Paulo."
Durante o processo de votação da quinta-feira, esse e outros projetos do Legislativo foram votados em poucos minutos. "Foi a maneira de conseguirmos maioria para aprovar a reforma da previdência. Mas no acordo não há o compromisso de que os projetos sejam sancionados", disse Anibal.
Também foi aprovado projeto do vereador Adílson Amadeu (PTB), que prevê o parcelamento de multas de veículos.
Já o vereador Wadih Mutran (PP) propôs projeto que prevê o aumento dos gastos da Câmara. Segundo a proposta, cada gabinete de vereador receberia cerca de R$ 10 mil a mais por mês, o que aumentaria os gastos da Casa em mais de R$ 7 milhões por ano. As bancadas do PT e do PSDB já se manifestaram contra a proposta, que ainda não foi votada. (SH)


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