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Projeto dá passe para desempregado
DA REPORTAGEM LOCAL
Na leva de mais de 30 projetos
de vereadores aprovados, em
poucos minutos, pela Câmara na
noite de quarta-feira, há um do
PT que coloca o prefeito José Serra (PSDB) em uma situação delicada: o passe de transporte livre
para o trabalhador desempregado. Se o prefeito sancionar a lei,
deverá destinar R$ 20 milhões do
Orçamento para esse fim.
Caso Serra vete o projeto, irá
contrariar um de seus compromissos de campanha, que lhe rendeu o apoio político de Paulo Pereira da Silva (PDT) -o Paulinho
da Força Sindical.
Nas eleições municipais, Paulinho disse que apoiaria Serra se o
PDT levasse em troca a Secretaria
do Trabalho e algumas bandeiras
de sua candidatura, dentre elas o
passe livre para o desempregado e
a instalação de novos Centros de
Solidariedade ao Trabalhador.
Paulinho foi procurado para dizer
se aprova a proposta do petista,
mas não retornou às ligações.
O vereador Claudio Prado
(PDT), aliado de Paulinho, demonstrou que o partido já não
tem tanto interesse na proposta, e
sim na implantação dos novos
centros de solidariedades nas
subprefeituras, cujo projeto também foi aprovado pela Câmara.
"Esse projeto do passe vai ser vetado, pois já existe lei para isso."
O autor da proposta, Beto Custódio (PT), discorda: "Propus esse
projeto em 2001 e não há nenhuma lei que regulamente isso. Existiu uma lei no tempo da prefeita
Luiza Erundina (hoje no PSB),
que caiu na gestão seguinte". Ele
disse que o projeto não foi aprovado na gestão Marta Suplicy
(PT), porque a petista, diz, investiu no Bilhete Único e na implantação de corredores de ônibus.
Apesar de a proposta ter sido
aprovada por maioria, o líder do
governo na Câmara, José Anibal
(PSDB), afirmou ontem que o
projeto deve ser vetado pelo prefeito. "Essa isenção do trabalhador tem um custo. E temos que
reduzir os custos de São Paulo."
Durante o processo de votação
da quinta-feira, esse e outros projetos do Legislativo foram votados em poucos minutos. "Foi a
maneira de conseguirmos maioria para aprovar a reforma da previdência. Mas no acordo não há o
compromisso de que os projetos
sejam sancionados", disse Anibal.
Também foi aprovado projeto
do vereador Adílson Amadeu
(PTB), que prevê o parcelamento
de multas de veículos.
Já o vereador Wadih Mutran
(PP) propôs projeto que prevê o
aumento dos gastos da Câmara.
Segundo a proposta, cada gabinete de vereador receberia cerca de
R$ 10 mil a mais por mês, o que
aumentaria os gastos da Casa em
mais de R$ 7 milhões por ano. As
bancadas do PT e do PSDB já se
manifestaram contra a proposta,
que ainda não foi votada.
(SH)
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