|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PROMOÇÃO
Vendedores reclamam que compradores sumiram após implantação do sistema na praça Charles Miller, no Pacaembu
Para atrair freguês, feirante paga zona azul
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para tentar recuperar os clientes
perdidos após a implantação do
sistema de zona azul na praça
Charles Miller, no bairro do Pacaembu (zona oeste de São Paulo), muitos feirantes estão dando
as folhinhas de zona azul para que
os fregueses não precisem pagar
pelo estacionamento.
Há feira na praça quatro vezes
por semana: terça, quinta, sexta e
sábado, das 7h às 14h.
Segundo os feirantes, desde que
a zona azul foi implantada, no final de março, o movimento caiu
em média de 20% a 30%.
"Dou zona azul para os clientes
não terem de procurar lugar para
comprar a folhinha nem gastar a
mais na feira", afirmou o vendedor de frutas Osmar Pereira, que
conta até com um manobrista para os fregueses habituais.
Ele diz gastar em média dez talões de zona azul por semana. No
começo gastava mais, mas o número de clientes diminuiu. Ele
compra o talão de dez folhas por
R$ 16,40. Com uma folha o carro
pode ficar por três horas na praça.
Os clientes reclamam do novo
sistema. "Desaprovo essa zona
azul durante o dia. Acho um constrangimento ter que pagar para
vir à feira", afirmou o engenheiro
Arnaldo Baldini, que há 37 anos
fazia compras no local e parou de
ir à feira há um mês. "Se você vai
comprar pouca coisa não vale a
pena pagar a zona azul", diz a dona-de-casa Clara Sancovsky.
O sindicato dos feirantes pediu
à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que reduzisse o
preço dos talões para seus afiliados. A entidade quer um tratamento como o dado aos alunos da
Faap (Fundação Armando Alvares Penteado). Cada estudante paga R$ 40 mensais e tem o direito
de usar um cartão especial de segunda a sexta, seis horas por dia.
Para o presidente da associação
Viva Pacaembu por São Paulo,
Pedro Ernesto Py, há uma discriminação com quem não estuda
na Faap. Segundo ele, após a implantação da zona azul, houve um
aumento de carros estacionados
em ruas residenciais da área.
CET
Segundo Celso Buendia, gerente
de estacionamento da CET, não
há privilégio para os alunos da
Faap. "Eles são usuários contínuos da área", disse. Segundo ele,
o sistema atual não vai mudar
porque atende todos os usuários.
"A zona azul da Charles Miller já
tem um diferencial para quem vai
à feira que é o fato de poder ficar
três horas por R$ 1,80. Em outros
lugares da cidade esse mesmo valor dá direito a uma hora."
Hoje há um total de 560 vagas
(dessas, 20 para deficientes e 30
para veículos de feirantes).
Texto Anterior: Aventura sobre rodas: Tênis-patins vira febre e preocupa professores Próximo Texto: Panorâmica - Crime organizado: Facções controlam venda de drogas em 96% das favelas do município do Rio Índice
|