São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2010

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São Paulo tem um rompimento da rede de água a cada mês

Ontem, cano rompeu e jorrou água a 10 metros de altura na estrada do M'Boi Mirim, no quinto acidente do tipo neste ano

Na M'Boi Mirim, cerca de 50 mil pessoas ficaram sem água; quase 1 milhão de pessoas já passaram pelo problema neste ano

Apu Gomes/Folha Imagem
Técnicos da Sabesp trabalham em adutora que se rompeu ontem na estrada do M'Boi Mirim

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

WILLIAM CARDOSO
DO "AGORA"

Um novo rompimento na rede de água da Sabesp inundou ontem 300 metros da estrada do M'Boi Mirim, na zona sul de São Paulo. O jato d'água chegava a 10 metros de altura.
É o quinto acidente do gênero no ano. Somados, eles afetaram, em regiões diferentes da capital, quase 1 milhão de pessoas, que ficaram com suas torneiras vazias por pelo menos algumas horas do dia.
Na média, São Paulo tem enfrentado neste ano, a cada 26 dias, um rompimento da rede de água de grandes proporções.
Ontem, com o volume de água na via, o trânsito na região da M"Boi Mirim virou um caos. Havia ondas de 30 cm de altura.
A água se aproximou das lojas, que abriram as portas mais tarde. "Ninguém conseguia chegar até aqui. Não tinha como atravessar a correnteza", disse o gerente de supermercado Alex Moreira, 29.
A rede foi consertada às 21h25. A previsão era de que o abastecimento se normalizasse durante a madrugada.

Problema frequente
A Sabesp admite que o número de rompimentos da rede é alto, mas afirma que as ocorrências não têm relação entre si. "Nada indica que exista qualquer problema relacionado à falta de manutenção", diz a companhia.
Dos cinco rompimentos, três foram de adutoras, tubulações com maior tamanho e muita pressão. Os outros dois, inclusive o de ontem, foram de redes de distribuição, que têm menor pressão e diâmetro.
Enquanto as adutoras ligam os reservatórios às redes de distribuição, os dutos menores fazem as ligações diretamente às moradias da cidade.
A região metropolitana de São Paulo tem uma das cinco maiores redes de distribuição de água do mundo, com 35 mil quilômetros de dutos.
Especialistas ouvidos pela Folha não descartam a falta de manutenção como causa de algumas das rupturas de tubulação registradas neste ano.
Mas eles também afirmam que outros fatores podem causar acidentes como o de ontem, desde questões geológicas, como o deslocamento do solo, até o peso de caminhões e ônibus que passam sobre a avenida.
O maior rompimento registrado neste ano pela Sabesp, ao lado dos shoppings Morumbi e Market Place, também na zona sul, em fevereiro, ocorreu após pane elétrica em uma bomba.
Sem uma regulagem adequada da pressão, a tubulação estourou. Nesse caso, a empresa diz que a pane foi causada pela chuva atípica neste ano.
A empresa de águas costuma vistoriar seus dutos com frequência, primeiramente, por uma questão econômica. Hoje, 26% da água produzida pela Sabesp é perdida.


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