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São Paulo tem um rompimento da rede de água a cada mês
Ontem, cano rompeu e jorrou água a 10 metros de altura na estrada do M'Boi Mirim, no quinto acidente do tipo neste ano
Na M'Boi Mirim, cerca de 50 mil pessoas ficaram sem água; quase 1 milhão de pessoas já passaram pelo problema neste ano
Apu Gomes/Folha Imagem
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Técnicos da Sabesp trabalham em adutora que se rompeu ontem na estrada do M'Boi Mirim
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
WILLIAM CARDOSO
DO "AGORA"
Um novo rompimento na rede de água da Sabesp inundou
ontem 300 metros da estrada
do M'Boi Mirim, na zona sul de
São Paulo. O jato d'água chegava a 10 metros de altura.
É o quinto acidente do gênero no ano. Somados, eles afetaram, em regiões diferentes da
capital, quase 1 milhão de pessoas, que ficaram com suas torneiras vazias por pelo menos
algumas horas do dia.
Na média, São Paulo tem enfrentado neste ano, a cada 26
dias, um rompimento da rede
de água de grandes proporções.
Ontem, com o volume de
água na via, o trânsito na região
da M"Boi Mirim virou um caos.
Havia ondas de 30 cm de altura.
A água se aproximou das lojas, que abriram as portas mais
tarde. "Ninguém conseguia
chegar até aqui. Não tinha como atravessar a correnteza",
disse o gerente de supermercado Alex Moreira, 29.
A rede foi consertada às
21h25. A previsão era de que o
abastecimento se normalizasse
durante a madrugada.
Problema frequente
A Sabesp admite que o número de rompimentos da rede é alto, mas afirma que as ocorrências não têm relação entre si.
"Nada indica que exista qualquer problema relacionado à
falta de manutenção", diz a
companhia.
Dos cinco rompimentos, três
foram de adutoras, tubulações
com maior tamanho e muita
pressão. Os outros dois, inclusive o de ontem, foram de redes
de distribuição, que têm menor
pressão e diâmetro.
Enquanto as adutoras ligam
os reservatórios às redes de distribuição, os dutos menores fazem as ligações diretamente às
moradias da cidade.
A região metropolitana de
São Paulo tem uma das cinco
maiores redes de distribuição
de água do mundo, com 35 mil
quilômetros de dutos.
Especialistas ouvidos pela
Folha não descartam a falta de
manutenção como causa de algumas das rupturas de tubulação registradas neste ano.
Mas eles também afirmam
que outros fatores podem causar acidentes como o de ontem,
desde questões geológicas, como o deslocamento do solo, até
o peso de caminhões e ônibus
que passam sobre a avenida.
O maior rompimento registrado neste ano pela Sabesp, ao
lado dos shoppings Morumbi e
Market Place, também na zona
sul, em fevereiro, ocorreu após
pane elétrica em uma bomba.
Sem uma regulagem adequada da pressão, a tubulação estourou. Nesse caso, a empresa
diz que a pane foi causada pela
chuva atípica neste ano.
A empresa de águas costuma
vistoriar seus dutos com frequência, primeiramente, por
uma questão econômica. Hoje,
26% da água produzida pela Sabesp é perdida.
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