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Viúva tenta recuperar dinheiro
EM SÃO PAULO
A pensionista Maria Luiza Elias,
56, está correndo contra o tempo.
Com um problema de saúde nas
pernas, ainda não identificado pelos médicos, ela caminha com dificuldade.
Viúva do tenente José Elias, que
morreu em 97 depois de 31 anos
de trabalho na Polícia Militar,
Maria Luiza quer saber que fim levou o processo 448/84, que tramitou na Justiça de São Paulo, foi
vencido pelo advogado do marido e já pago, segundo ela, pelo governo por meio do precatório
753/87.
"Eu nunca recebi qualquer notícia do advogado. Meu marido
morreu esperando esse dinheiro",
conta ela. "É uma injustiça o que
está acontecendo. Confiamos em
gente que não merecia", lamenta
Maria Luiza.
O precatório 753/87, no qual o
tenente José Elias é um dos 153
autores, foi recebido pelo escritório do coronel aposentado Dorival Rossi entre 93 e 97. Em valores
atuais, as cinco retiradas somam
R$ 616.891, mas Maria Luiza afirma que nunca viu sua parte desse
dinheiro.
Desespero
Luiz Carlos Guimarães, 62, que
se aposentou como sargento em
91, é autor em nove processos,
com sete advogados diferentes, na
Justiça de São Paulo.
Em 96, o sargento Guimarães
conta que apareceram R$ 700 em
sua conta bancária, mas até hoje
não sabe a qual ação se refere o
depósito e, principalmente, se a
quantia que tem de receber é essa
mesma.
Casado, pai de três filhos, Guimarães afirma que já procurou o
advogado Oswaldo D'Asti de Lima, com quem tem duas ações,
ambas já pagas pelo governo, mas
nunca o encontrou.
"Ninguém dá satisfação para a
gente. Acho que tenho muito
mais para receber. O único jeito é
meter uma bala na cabeça desses
caras", desespera-se o sargento
aposentado.
53 cruzeiros
A situação de Izabel Ferreira dos
Santos, 73, é ainda mais complicada. Em 93, ela ficou viúva do
sargento Joaquim dos Santos Silva, que movia processos contra a
Fazenda.
O problema é que ela não sabe
quantas são as ações nem o nome
dos advogados. Até hoje, nunca
foi procurada para receber explicações sobre o andamento dos
processos.
"De 93 até hoje, depositaram
apenas 53 cruzeiros na minha
conta. Será que é isso mesmo que
eu tenho para receber?", pergunta
a viúva.
(ALEXANDRE OLTRAMARI)
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