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São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2003

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Abdominais ajudam garoto a aguentar golpe

DA REPORTAGEM LOCAL

O adolescente C., 18, tem obsessão por exercício abdominal. O motivo não é estético nem de saúde -é por sobrevivência. "A gente recebe muito soco no estômago porque não deixa marca. O exercício ajuda a aguentar o golpe", afirmou.
Ele disse ter sido agredido quatro vezes nos dez dias em que ficou na unidade 31 de Franco da Rocha, antes de sair em liberdade assistida. Nas surras, funcionários diziam uns aos outros para não deixar marca.
Ele também cita o caso de abuso sexual. Ameaçado, um colega teria sido obrigado a segurar o pênis de um funcionário. A denúncia foi feita ao Ministério Público.
Interno por um ano e nove meses, C. aponta Franco da Rocha, na qual ficou só dez dias, como a pior unidade pela qual passou. "Nem Parelheiros era assim", disse, sobre a unidade fechada em 2002 após denúncias de tortura e maus-tratos.
A preferência por golpes no joelho fez um funcionário ficar conhecido como o Rei da Rótula, segundo G., 19, interno da unidade 30 de Franco da Rocha.


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