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Comissão irá estudar reforma nas leis penais
DA REPORTAGEM LOCAL
A Apamagis (Associação
Paulista dos Magistrados)
anunciou ontem a criação
de uma comissão para estudar reformas na legislação penal brasileira. O grupo terá cem dias para elaborar um relatório e, em
seguida, proporá as mudanças ao Congresso.
"É uma reforma geral,
para mexer em quase tudo. Um pequeno crime hoje é tratado da mesma maneira que um crime hediondo", disse o presidente da entidade, desembargador Sebastião Amorim.
Em fevereiro, o STF
(Supremo Tribunal Federal) reconheceu como inconstitucional a proibição
da progressão de pena para crimes hediondos. Com
isso, devolveu ao condenado por estupro ou seqüestro, por exemplo, o direito
de deixar a prisão após um
sexto de pena, o mesmo
intervalo de um crime comum, de acordo com a atitude do detento na prisão.
Amorim afirmou que
uma das hipóteses é mudar essa situação. A progressão ocorreria após
dois terços da pena.
Primeiro a ordem
Para o governador Cláudio Lembo (PFL), presente à cerimônia, as mudanças deveriam coibir o "excesso de liberdade" dos
detentos nas prisões. Ex-presidente da Arena, partido que apoiou o regime
militar, Lembo disse: "Os
direitos humanos devem
ser preservados, mas acima de tudo a ordem dos
presídios. No entanto, vou
aguardar esse trabalho [a
revisão das leis]".
A comissão será comandada por Luiz Carlos Ribeiro dos Santos, presidente da seção criminal do
Tribunal de Justiça. Para
ele, a mudança não quer
transformar as unidades
prisionais em "amontados
de homens", mas sim colaborar com a melhoria da
legislação penal ao mesmo
tempo em que permite a
ressocialização do preso.
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