São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Vítima pode se afeiçoar ao seu agressor

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Nos casos em que os abusos sexuais são cometidos por familiares ou pessoas próximas, é comum a vítima se afeiçoar ao agressor. Essa é a opinião da psicanalista Ana Maria Brayner Iancarelli, ao analisar a reação de Sandra Maria Monteiro, 29, que, após 16 anos sendo violentada pelo pai, ainda afirma gostar dele.
Segundo a especialista no tratamento de crianças e adolescentes, a atitude de Sandra, 29, que teve sete filhos com o pai, o agricultor José Agostinho Bispo Pereira, reflete o terror psicológico sofrido por ela.
"Ela e os filhos foram privados de qualquer convívio social. O pai, mesmo agredindo, era a única referência afetiva. Por isso eles relutam em aceitar que foram abusados", diz.
Os abusos também trazem sequelas físicas às crianças. De acordo com Zan Mustacchi, presidente do departamento de genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo, filhos de relações incestuosas têm alta probabilidade de doenças congênitas. Mesmo que aparentemente sejam saudáveis.
Segundo ele, uma das alterações mais comuns são os problemas mentais, como os que atingem o filho de 10 anos de Sandra Maria, que tem problema de surdez.


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