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Vítima pode
se afeiçoar ao seu agressor
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Nos casos em que os
abusos sexuais são cometidos por familiares ou
pessoas próximas, é comum a vítima se afeiçoar
ao agressor. Essa é a opinião da psicanalista Ana
Maria Brayner Iancarelli,
ao analisar a reação de
Sandra Maria Monteiro,
29, que, após 16 anos sendo violentada pelo pai,
ainda afirma gostar dele.
Segundo a especialista
no tratamento de crianças
e adolescentes, a atitude
de Sandra, 29, que teve sete filhos com o pai, o agricultor José Agostinho Bispo Pereira, reflete o terror
psicológico sofrido por ela.
"Ela e os filhos foram
privados de qualquer convívio social. O pai, mesmo
agredindo, era a única referência afetiva. Por isso
eles relutam em aceitar
que foram abusados", diz.
Os abusos também trazem sequelas físicas às
crianças. De acordo com
Zan Mustacchi, presidente
do departamento de genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo, filhos
de relações incestuosas
têm alta probabilidade de
doenças congênitas. Mesmo que aparentemente sejam saudáveis.
Segundo ele, uma das
alterações mais comuns
são os problemas mentais,
como os que atingem o filho de 10 anos de Sandra
Maria, que tem problema
de surdez.
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