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VIOLÊNCIA
Em um caso foi pago resgate de R$ 30 mil e nos demais a polícia chegou ao cativeiro após denúncias anônimas
Três sequestros terminam em São Paulo
DO "AGORA"
O empresário P.M.S. passou
quatro dias dentro de um buraco
e teve princípio de hipotermia
(queda da temperatura do corpo).
A dona-de-casa M.R.F.S., 62, permaneceu 19 dias em um quarto
escuro, com as mãos e os pés atados. A estudante F.R.S., 20, tinha
um pit bull como guarda de seu
cativeiro havia uma semana.
Vítimas de sequestro em diferentes pontos da cidade, os três
foram libertados entre anteontem
e ontem em São Paulo. A dona-de-casa foi solta após pagamento
de resgate. Nos outros dois casos,
telefonemas anônimos guiaram a
polícia até os cativeiros.
O empresário foi achado anteontem à noite no no Jardim Planalto (zona leste). Ele ficou amarrado em um buraco, sem poder ir
ao banheiro e com uma refeição
por dia. Dois suspeitos foram presos e confessaram o crime.
Segundo a PM, ele tremia muito
e chorava e teve de ser medicado
com calmantes.
P.M.S. foi sequestrado na manhã do dia 8 de julho por três homens armados na frente de sua
empresa, uma fábrica de molduras no Sapopemba (zona leste).
Por volta das 19h30 de ontem,
uma denúncia anônima levou policiais da Força Tática do 10º Batalhão da PM (Santo André) ao cativeiro. O empresário foi encontrado amarrado pelos pés e pelos
tornozelos com fios de arame.
Dormia num pedaço de colchão
de espuma sobre uma tábua de
madeira, enrolado a um edredom. "Ele estava com os tornozelos e os punhos machucados, e
sentia muitas dores musculares,
não só por causa da posição em
que ficou, mas também devido ao
frio", disse o tenente Francisco
Vanderlei da Silva. No pronto-socorro, os médicos constataram
um princípio de hipotermia (queda da temperatura do corpo).
Em uma busca pelas imediações, foram localizados dois suspeitos: Antonio Rodrigo Ferreira
Leonardo, 18, e T.L.N., 16. Segundo a PM, os dois confessaram o
crime e foram levados à Divisão
Anti-Sequestro.
Resgate
A dona-de-casa M.R.F.S., que é
casada com um pequeno comerciante, foi libertada por volta das
5h de ontem na marginal Tietê,
após o pagamento de R$ 30 mil de
resgate. Ela foi pega por pelo menos quatro homens armados
quando trafegava sozinha pela Estrada da Riviera, em Guarapiranga (zona sul).
A dona-de-casa relatou ter permanecido em um quarto escuro e
úmido, deitada em um colchão,
com pés e mãos amarrados. Recebia uma refeição por dia.
S.F.S., filha da vítima, disse que
sua mãe foi torturada psicologicamente. "Diziam que ela nunca
mais veria seus filhos e familiares
porque não sairia viva", afirmou.
Pit bull
A estudante F.R.S., libertada por
volta das 14h de ontem, foi a única
a dizer que não foi maltratada pelos seus sequestradores.
Ela era mantida refém em uma
casa na favela Heliópolis (zona
sul). Quando chegaram ao local,
os policiais encontraram um pit
bull solto no quintal.
A estudante contou que foi pega
na noite de 4/7 ao sair da casa onde mora com o noivo e os sogros,
no Jardim São João Clímaco (zona sul), para ir à academia.
Segundo a polícia, anteontem a
família da garota recebeu uma foto e uma carta dela como prova de
que estava viva. O valor pedido
como resgate não foi revelado. A
estudante é filha de um comerciante e seu sogro é empresário no
ramo de instrumentos cirúrgicos.
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