DA REPORTAGEM LOCAL

Os jornalistas Leonardo Blaz Cicoti e Ivandel Godinho foram homenageados por cerca de 3.500 pessoas, entre amigos e familiares, em uma missa pela paz realizada ontem na catedral da Sé (centro da capital paulista).
Cicoti, 26, vítima de um seqüestro relâmpago, foi morto com um tiro na cabeça no último dia 3, no bairro do Jabaquara (zona sul). Ele trabalhava como assessor de imprensa e morava com a família.
Godinho foi seqüestrado em 22 de outubro de 2003, em um semáforo próximo à avenida Brigadeiro Faria Lima, e está desaparecido. Desde o dia 10 de janeiro, quando pagou o resgate, a família não tem notícias dele.
Parentes acreditam que ele esteja vivo e possivelmente perdido em algum albergue ou sanatório.
"Se o Ivandel não estivesse vivo, o corpo já teria sido encontrado. Ele deve estar perdido, confuso mentalmente", disse Ivens Godinho, irmão da vítima.
"Eu acredito, desde o início, que o meu pai está em São Paulo, em alguma cidade pequena. Minha família está confiante", complementou o filho Hugo Godinho.
O ponto máximo da missa foi a fala do escritor Ignácio de Loyola Brandão, do qual Cicoti era fã.
"Não estamos nos campos de concentração nazistas, mas temos grades a nos cercar, somos prisioneiros em nossas próprias casas. Que esta missa seja um ato pela vida", disse ele.
A polícia vai continuar as buscas a Godinho e não considera o caso encerrado.


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