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Ex-policial suspeito de matar Eliza é investigado em duplo homicídio
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola,
suspeito de matar Eliza Samudio, ex-amante do goleiro
Bruno Fernandes, é investigado por outro homicídio no
sítio do qual é locatário em
Esmeraldas (Grande BH).
Segundo as investigações,
dois homens foram mortos
ali em maio de 2008.
Bola e três policiais do GRE
(Grupo de Respostas Especiais), tropa de elite da Polícia Civil de Minas que acabou
extinta em 2009, abordaram
dois homens em suposta atividade suspeita na região do
sítio e os interrogaram.
Conforme o depoimento
que originou a apuração, foram torturados por cães rottweillers de Bola e mortos;
seus corpos foram queimados e os restos e as cinzas, espalhados no sítio.
Em depoimento, Bola e os
policiais negaram participação no crime. O advogado Zanone Oliveira, defensor do
ex-policial, afirmou que ele é
inocente tanto da morte dos
homens quanto da de Eliza.
EX-COORDENADOR
O autor do depoimento é
o inspetor Júlio Monteiro,
coordenador do GRE entre
2007 e 2009. Duas testemunhas, vizinhas do sítio, também afirmaram ter visto a
dupla sendo abordada.
Monteiro afirmou ter ouvido o relato dos policiais e de
Bola no fim de 2008, mas só
revelou tudo à corregedoria
da polícia em 2009. Ele atribuiu a demora à necessidade
de juntar mais informações.
O inquérito está parado na corregedoria e é acompanhado desde novembro de 2009
pelo Ministério Público.
O ex-chefe fez a denúncia
durante conflito interno no
GRE. Monteiro é investigado
por mau uso de verba pública. Ele nega as acusações.
Disse acreditar que o grupo tenha lhe revelado o crime
para assustá-lo.
TREINAMENTO
O GRE treinou no sítio de
Bola de meados 2007 até o
fim de 2008, disse Monteiro.
Bola se apresentava como policial e andava armado.
O ex-chefe do GRE disse
que assim que soube que Bola não era mais policial, e depois de ouvir o relato de assassinato no sítio, determinou que a unidade parasse
de treinar no local.
Bola foi policial por pouco
mais de um ano, entre 1991 e
1992. Foi excluído no estágio
probatório por indisciplina e
falta de idoneidade moral.
Em São Paulo, Bola foi
aprovado no concurso para
soldado, mas reprovado na
fase de investigação social,
em março de 1988 -quando
são checados dados como
antecedentes criminais. O
motivo não foi divulgado por
ser uma informação sigilosa.
Colaborou AFONSO BENITES de São Paulo
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