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Prédio é perto de tudo, diz morador
DA REPORTAGEM LOCAL
O caso da moradora mais antiga do Edifício São Vito, Nadir Machado, 66, há 38 anos no prédio,
ilustra à perfeição as razões pelas
quais os moradores não querem
nem ouvir falar de implosão: quase todos ganham a vida nas redondezas do prédio, localizado na
avenida do Estado.
A implosão do prédio, conhecido como "treme-treme", chegou
a ser defendida pela prefeitura.
Machado, por exemplo, vende
café de madrugada para os que
descarregam caminhão. "Não tenho condições de sair daqui. Vou
fazer o que para viver?", pergunta.
Ela comprou o apartamento onde
mora, de 30 m2 por R$ 12 mil há
sete anos; hoje vale R$ 5 mil.
Segundo ela, o estigma de "perigoso" que persegue o prédio é baseado em preconceito. "Ando de
madrugada aqui e nunca me
aconteceu nada."
O vigilante Reinaldo Pereira, 36,
funcionário terceirizado da Telefônica, também destaca as facilidades oferecidas pela região central. "Aqui é ótimo porque tudo é
perto", diz. Ele pagou R$ 4 mil pelo apartamento em que vive com
a mulher, Lúcia Regina, e os filhos
Kaike, Allef e Jenifer.
Francisca Muniz, 30, também
diz que a localização do edifício é
estratégica na sustento de sua família. Seu marido é camelô no
Largo do Café e, se tivesse que ir
trabalhar de ônibus, não sobraria
dinheiro para pagar os R$ 200 de
aluguel e condomínio.
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