UOL


São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prédio é perto de tudo, diz morador

DA REPORTAGEM LOCAL

O caso da moradora mais antiga do Edifício São Vito, Nadir Machado, 66, há 38 anos no prédio, ilustra à perfeição as razões pelas quais os moradores não querem nem ouvir falar de implosão: quase todos ganham a vida nas redondezas do prédio, localizado na avenida do Estado.
A implosão do prédio, conhecido como "treme-treme", chegou a ser defendida pela prefeitura.
Machado, por exemplo, vende café de madrugada para os que descarregam caminhão. "Não tenho condições de sair daqui. Vou fazer o que para viver?", pergunta. Ela comprou o apartamento onde mora, de 30 m2 por R$ 12 mil há sete anos; hoje vale R$ 5 mil.
Segundo ela, o estigma de "perigoso" que persegue o prédio é baseado em preconceito. "Ando de madrugada aqui e nunca me aconteceu nada."
O vigilante Reinaldo Pereira, 36, funcionário terceirizado da Telefônica, também destaca as facilidades oferecidas pela região central. "Aqui é ótimo porque tudo é perto", diz. Ele pagou R$ 4 mil pelo apartamento em que vive com a mulher, Lúcia Regina, e os filhos Kaike, Allef e Jenifer.
Francisca Muniz, 30, também diz que a localização do edifício é estratégica na sustento de sua família. Seu marido é camelô no Largo do Café e, se tivesse que ir trabalhar de ônibus, não sobraria dinheiro para pagar os R$ 200 de aluguel e condomínio.


Texto Anterior: Habitação: Marta vai comprar e reformar o São Vito
Próximo Texto: Obra é um dos símbolos dos anos 50
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.