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TRANSPORTE
Esse percentual será atingido se o cartão custar R$ 3,60, como estimado; teste deve iniciar em setembro
Subsídio pode subir 45% com bilhete único no Metrô
DO ENVIADO A GOIÂNIA
Promessa de campanha do prefeito de São Paulo, José Serra
(PSDB), a integração do bilhete
único dos ônibus municipais com
a rede de trens e metrô, gerenciada pelo Estado, deve começar a
ser testada em setembro -mas
com impactos financeiros que
preocupam técnicos municipais.
Estudos feitos pelo Estado e pela
prefeitura apontam que, se a tarifa
do cartão integrado for confirmada em R$ 3,60, conforme projeções iniciais, haverá uma necessidade de subsídios extras ao setor
de até R$ 100 milhões por ano.
O montante representa uma
elevação de 45% em relação ao total previsto em 2005 pela gestão
tucana em subvenções ao transporte de ônibus e lotações. E ele
será bancado exclusivamente pelo município, conforme já foi
acertado entre as duas partes.
A informação do impacto da integração do bilhete único foi dada
pelo Secretário dos Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes, no 15º Congresso Brasileiro
de Transporte e Trânsito.
Se a passagem do bilhete para
ônibus, trem e metrô for inferior a
R$ 3,60, a quantidade de subvenções deve ser maior. A integração
-e mesmo seus custos- é vista
com bons olhos por especialistas.
O suposto "descontrole" na concessão de subsídios, porém, foi
uma das principais críticas da gestão Serra à de Marta Suplicy.
Embora seja uma bandeira de
campanha tucana, a ampliação do
bilhete único à rede sobre trilhos
não tem sua popularidade garantida. Isso porque, no período eleitoral, a promessa de Serra foi entendida por muita gente como
uma integração pelo preço do cartão inteligente atual -R$ 2.
A tendência é que seja adotada a
passagem de R$ 3,60 não só devido aos custos, mas pela superlotação no Metrô, cujas linhas 1-azul
(Norte/ Sul) e 3-vermelha (Leste/
Oeste) já estão saturadas nos horários de pico, segundo Fernandes. Na CPTM haverá uma elevação de passageiros de até 7%.
A idéia, diz, é fazer os primeiros
testes do bilhete integrado no mês
que vem, começando exclusivamente na linha 5 (Capão Redondo-Largo Treze) ou por tipo de
usuário -idosos, por exemplo.
Em dezembro, seria ampliado.
Outro problema que deve ser alvo de reclamação de usuários se
refere às gratuidades do transporte do Estado e da prefeitura, que
hoje são diferentes e que não sofrerão mudanças inicialmente.
No Metrô, por exemplo, desempregados têm isenção na passagem, diferentemente do que ocorre nos ônibus e lotações. Em compensação, lá só as mulheres acima
de 65 anos viajam de graça, contra
60 anos no sistema municipal.
Mesmo com a integração, essas
diferenças vão continuar inicialmente. "Não podemos fazer por
liberalidade", diz Frederico Bussinger, secretário dos Transportes
de Serra. O passe gratuito a desempregados era outra promessa
do tucano, que vetou um projeto
sobre esse tema em 2005.
Bussinger evita comentar os impactos da integração do bilhete
único nos cofres municipais. No
congresso realizado nesta semana
em Goiânia, ele fez uma apresentação sobre esse tema, mas sem
querer adiantar as previsões para
2006. "[Esse assunto] vai ser tratado no momento oportuno."
(ALENCAR IZIDORO)
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