São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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TRANSPORTE

Esse percentual será atingido se o cartão custar R$ 3,60, como estimado; teste deve iniciar em setembro

Subsídio pode subir 45% com bilhete único no Metrô

DO ENVIADO A GOIÂNIA

Promessa de campanha do prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), a integração do bilhete único dos ônibus municipais com a rede de trens e metrô, gerenciada pelo Estado, deve começar a ser testada em setembro -mas com impactos financeiros que preocupam técnicos municipais.
Estudos feitos pelo Estado e pela prefeitura apontam que, se a tarifa do cartão integrado for confirmada em R$ 3,60, conforme projeções iniciais, haverá uma necessidade de subsídios extras ao setor de até R$ 100 milhões por ano.
O montante representa uma elevação de 45% em relação ao total previsto em 2005 pela gestão tucana em subvenções ao transporte de ônibus e lotações. E ele será bancado exclusivamente pelo município, conforme já foi acertado entre as duas partes.
A informação do impacto da integração do bilhete único foi dada pelo Secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, no 15º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito.
Se a passagem do bilhete para ônibus, trem e metrô for inferior a R$ 3,60, a quantidade de subvenções deve ser maior. A integração -e mesmo seus custos- é vista com bons olhos por especialistas. O suposto "descontrole" na concessão de subsídios, porém, foi uma das principais críticas da gestão Serra à de Marta Suplicy.
Embora seja uma bandeira de campanha tucana, a ampliação do bilhete único à rede sobre trilhos não tem sua popularidade garantida. Isso porque, no período eleitoral, a promessa de Serra foi entendida por muita gente como uma integração pelo preço do cartão inteligente atual -R$ 2.
A tendência é que seja adotada a passagem de R$ 3,60 não só devido aos custos, mas pela superlotação no Metrô, cujas linhas 1-azul (Norte/ Sul) e 3-vermelha (Leste/ Oeste) já estão saturadas nos horários de pico, segundo Fernandes. Na CPTM haverá uma elevação de passageiros de até 7%.
A idéia, diz, é fazer os primeiros testes do bilhete integrado no mês que vem, começando exclusivamente na linha 5 (Capão Redondo-Largo Treze) ou por tipo de usuário -idosos, por exemplo. Em dezembro, seria ampliado.
Outro problema que deve ser alvo de reclamação de usuários se refere às gratuidades do transporte do Estado e da prefeitura, que hoje são diferentes e que não sofrerão mudanças inicialmente.
No Metrô, por exemplo, desempregados têm isenção na passagem, diferentemente do que ocorre nos ônibus e lotações. Em compensação, lá só as mulheres acima de 65 anos viajam de graça, contra 60 anos no sistema municipal.
Mesmo com a integração, essas diferenças vão continuar inicialmente. "Não podemos fazer por liberalidade", diz Frederico Bussinger, secretário dos Transportes de Serra. O passe gratuito a desempregados era outra promessa do tucano, que vetou um projeto sobre esse tema em 2005.
Bussinger evita comentar os impactos da integração do bilhete único nos cofres municipais. No congresso realizado nesta semana em Goiânia, ele fez uma apresentação sobre esse tema, mas sem querer adiantar as previsões para 2006. "[Esse assunto] vai ser tratado no momento oportuno." (ALENCAR IZIDORO)


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