São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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Detonação para nova linha afeta Pinheiros

CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO

As obras para a construção da linha 4-amarela do metrô entraram em uma nova etapa na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A partir de agora, detonações para a perfuração de rochas podem ser executadas diariamente, entre as 7h e as 22h, na rua Ferreira de Araújo, esquina com a rua João Elias Saada.
Os moradores da região já foram alertados. Faixas e folhetos informam sobre as explosões. Podem ocorrer até duas por dia, dependendo da necessidade de abrir caminho para a construção dos túneis. Como as detonações não terão horários definidos, quatro toques de sirene serão dados para iniciar o procedimento.
O primeiro toque, 10 minutos antes da explosão, serve como sinal para a retirada de moradores e pedestres da área de risco -a até 100 metros do local. O segundo, 5 minutos antes, pede o bloqueio do trânsito de pedestres e o terceiro, 3 minutos antes da detonação, interrompe o tráfego de veículos. O quarto toque de sirene indica o término da operação.
Outra medida de segurança pede aos moradores do entorno que mantenham, dentro do possível, janelas e portas de vidro abertas, para evitar acidentes.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai monitorar o trânsito local. O tráfego na quadra da explosão será interrompido durante cerca de três minutos.
O engenheiro Marco Antônio Buoncopagno, gerente de construção da linha 4, afirma que, até o momento, não houve problemas com a população. "Esse risco é bem calculado. Queremos que a população esteja preparada, mas não assombrada", diz. Segundo ele, o maior problema é o barulho.
A perfuração serve para a construção de um poço de ventilação e saída de emergência e já atingiu 15 metros de profundidade. Fica entre as futuras estações Faria Lima e Pinheiros -a linha ligará a Luz (centro) à Vila Sônia (zona oeste).
Para transpor as rochas compactas será necessário o uso de explosivos. Quando o poço atingir 33,7 metros, a perfuração será horizontal para a construção de túneis duplos: um no sentido da estação Pinheiros e outro em direção à parada Faria Lima.
As detonações, portanto, devem continuar por muitos meses. Mas, à medida que a profundidade aumenta, o barulho diminui. "Cada vez as pessoas sentem menos, vira rotina", diz o engenheiro. O mesmo recurso já está sendo usado na construção da estação Butantã e de um poço de ventilação e saída de emergência na avenida Valdemar Ferreira, perto da USP.
Apesar de a data para o início das operações já estar valendo, os engenheiros responsáveis pela obra garantem que as explosões só serão necessárias na próxima semana. Até o momento a obra vem sendo feita por meio de escavadeira e martelete (máquina para rasgar a rocha).


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