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Detonação para nova linha afeta Pinheiros
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
As obras para a construção da
linha 4-amarela do metrô entraram em uma nova etapa na região
de Pinheiros, na zona oeste de São
Paulo. A partir de agora, detonações para a perfuração de rochas
podem ser executadas diariamente, entre as 7h e as 22h, na rua Ferreira de Araújo, esquina com a
rua João Elias Saada.
Os moradores da região já foram alertados. Faixas e folhetos
informam sobre as explosões. Podem ocorrer até duas por dia, dependendo da necessidade de abrir
caminho para a construção dos
túneis. Como as detonações não
terão horários definidos, quatro
toques de sirene serão dados para
iniciar o procedimento.
O primeiro toque, 10 minutos
antes da explosão, serve como sinal para a retirada de moradores e
pedestres da área de risco -a até
100 metros do local. O segundo, 5
minutos antes, pede o bloqueio
do trânsito de pedestres e o terceiro, 3 minutos antes da detonação,
interrompe o tráfego de veículos.
O quarto toque de sirene indica o
término da operação.
Outra medida de segurança pede aos moradores do entorno que
mantenham, dentro do possível,
janelas e portas de vidro abertas,
para evitar acidentes.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) vai monitorar
o trânsito local. O tráfego na quadra da explosão será interrompido durante cerca de três minutos.
O engenheiro Marco Antônio
Buoncopagno, gerente de construção da linha 4, afirma que, até o
momento, não houve problemas
com a população. "Esse risco é
bem calculado. Queremos que a
população esteja preparada, mas
não assombrada", diz. Segundo
ele, o maior problema é o barulho.
A perfuração serve para a construção de um poço de ventilação e
saída de emergência e já atingiu 15
metros de profundidade. Fica entre as futuras estações Faria Lima
e Pinheiros -a linha ligará a Luz
(centro) à Vila Sônia (zona oeste).
Para transpor as rochas compactas será necessário o uso de explosivos. Quando o poço atingir
33,7 metros, a perfuração será horizontal para a construção de túneis duplos: um no sentido da estação Pinheiros e outro em direção à parada Faria Lima.
As detonações, portanto, devem
continuar por muitos meses. Mas,
à medida que a profundidade aumenta, o barulho diminui. "Cada
vez as pessoas sentem menos, vira
rotina", diz o engenheiro. O mesmo recurso já está sendo usado na
construção da estação Butantã e
de um poço de ventilação e saída
de emergência na avenida Valdemar Ferreira, perto da USP.
Apesar de a data para o início
das operações já estar valendo, os
engenheiros responsáveis pela
obra garantem que as explosões
só serão necessárias na próxima
semana. Até o momento a obra
vem sendo feita por meio de escavadeira e martelete (máquina para rasgar a rocha).
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