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Governo federal avalia saúde por telefone
Pesquisa piloto feita em São Paulo revelou que o número de fumantes caiu e o de obesos aumentou entre 2003 e 2005
Ministério da Saúde quer identificar os principais fatores de risco de doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes e colesterol
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se alguém ligar na sua casa e
perguntar quantas vezes por
semana você come fruta ou salada, se você bebe, fuma ou pratica alguma atividade física,
não se assuste. Não se trata de
nenhuma empresa querendo
vender algum plano de saúde
para a sua família. É o Ministério da Saúde que quer conhecer
os hábitos da população por
meio de ligações telefônicas.
A iniciativa, lançada oficialmente pelo ministro da Saúde,
Agenor Álvares, no dia 1º, recebeu o nome de Sistema de Vigilância de Fatores de Risco para
Doenças Crônicas não Transmissíveis (como diabetes, colesterol e hipertensão).
Com isso, o governo pretende identificar quais são os principais fatores de risco presentes na população brasileira, onde eles estão localizados e quais
serão as medidas de saúde pública a serem tomadas.
A idéia surgiu depois de uma
iniciativa da USP (Universidade de São Paulo), que montou
um projeto piloto em cinco capitais: São Paulo, Salvador, Belém, Goiânia e Florianópolis.
Segundo o professor Carlos Augusto Monteiro, do Núcleo de
Pesquisas Epidemiológicas em
Nutrição e Saúde, 2.000 pessoas de cada cidade foram entrevistadas.
Para consultar toda a população brasileira, o governo federal contratou uma empresa mineira que vai usar um software
chamado Vigitel e investiu R$
1,3 milhão no projeto.
"O objetivo é fazer 54 mil ligações telefônicas até o final de
novembro, quando os dados começarão a ser computados. Todas as capitais serão ouvidas no
inquérito, sendo 2.000 pessoas
em cada uma delas", explicou
Débora Carvalho Malta, da
coordenação geral de doenças e
agravos não-transmissíveis do
Ministério da Saúde.
As operadoras de telefonia fixa forneceram os dados das listas telefônica para o Ministério
da Saúde, que sorteou as amostras da população que serão
consultadas. As ligações começaram na quarta-feira.
Sessenta pessoas se revezarão para fazer o contato telefônico com as famílias. Telefones
comerciais serão descartados.
Se a pessoa aceitar fazer parte
da pesquisa, 89 perguntas serão
feitas a respeito de hábitos de
alimentação e de exercícios. As
questões foram elaboradas pelos profissionais da USP.
"A pesquisa por telefone não
demora mais do que oito minutos porque as perguntas são
breves e simples", disse.
Pesquisa
Na pesquisa piloto feita em
São Paulo revelou que o número de fumantes caiu de 20,8%
em 2003 para 18% em 2005. Já
o número de pessoas com excesso de peso aumentou de
40,8% para 43,2%. Aliado a isso, está o fato de subir o índice
dos que dizem não consumir
freqüentemente frutas e hortaliças -de 24,3% para 26,2%.
Ao comparar os municípios,
o resultado é que em Florianópolis aparece o maior índice de
fumantes. O menor está em
Salvador. A posição se inverte
quando a questão é o consumo
não-freqüente de legumes, verduras e frutas.
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