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Seqüestro agrava situação, dizem tucano e petista
ROGÉRIO PAGNAN
DÉBORA YURI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois candidatos que lideram a disputa pelo governo de
São Paulo, segundo pesquisas
de intenção de voto, o tucano
José Serra e o petista Aloizio
Mercadante, destacaram ontem, durante eventos de campanha, que a gravidade da crise
de segurança pública em São
Paulo aumenta se for confirmada a participação de organizações criminosas no seqüestro
da equipe da Rede Globo.
A informação do crime fez
com que a coordenação da
campanha do candidato petista
triplicasse ontem o número de
homens que fazem sua segurança. "Se for configurado um
ataque a instituição de imprensa, é um ataque a um elemento
importante da democracia, e isso deixa essa situação muito
mais grave", disse o candidato.
Segundo Mercadante, esse seqüestro demonstra que o governo do Estado precisa aprofundar os diálogos iniciados
com a esfera federal.
Serra afirmou que espera
uma atuação rápida da polícia
no caso. "É muito importante
que a polícia atue depressa, que
se possa levantar os antecedentes todos, para que se possa encontrar esses rapazes. Fiquei
muito consternado. Todos são
iguais, todo seqüestro é lamentável, mas não deixa de ter uma
gravidade especial quando é ligado à atividade de imprensa."
O ministro Luiz Marinho
(Trabalho), que acompanhava
Mercadante em caminhada por
São Bernardo do Campo, disse
que "esse é um fato gravíssimo
e demonstra o tamanho e a gravidade do problema da segurança pública em São Paulo".
A crise na segurança pública
foi o principal tema do discursos de Mercadante, que voltou
a cobrar a constituição de uma
força-tarefa entre governos federal e estadual, a despeito do
acordo feito anteontem entre o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o governador Cláudio
Lembo. "Acho necessário [o
uso da inteligência das Forças
Armadas], mas uma força-tarefa seria o melhor instrumento
para derrotar definitivamente
essas organizações criminosas,
que não podem ficar impunes."
Mercadante, que fez campanha ontem também pela zona
norte e por Mauá, ainda criticou a liberação dos presos pela
Justiça para a comemoração do
Dia dos Pais. Para ele, faltou
uma melhor triagem dos beneficiados. "Não é possível o Estado ficar o tempo inteiro fazendo acordo e se rendendo à pressão de organizações criminosas. Eu pergunto se esse é o caminho para nós colocarmos ordem nesse Estado. Não é."
Para Serra, é "dado da realidade" que o PCC faz oposição a
seu partido. "O crime organizado não gosta do PSDB. Esse é
um dado da realidade e que
aparece em todas as gravações
e conversações que até hoje
vieram a público", disse ontem,
em Embu (Grande São Paulo).
"Tem lá gente do PCC conversando, dizendo que se o presidente da Câmara dos Vereadores é do PSDB, deve matar",
afirmou, quando questionado
se o crime organizado estaria
declarando guerra ao PSDB.
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