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PCC planejava matar 2 juízes, diz polícia
Mensagem estaria em bilhete encontrado com um homem morto após troca de tiros com policiais em Osasco
Por causa da ameaça de ataques no Dia dos Pais, polícia cassou folgas e fez diversas blitze; ontem fez três meses de crise
DA REPORTAGEM LOCAL
Um bilhete no qual o PCC
emitiria uma ordem para que
fossem mortos dois juízes do
Estado de São Paulo foi encontrada em poder de um homem
morto por policiais da Rota
(Rondas Ostensivas Tobias
Aguiar) na noite de anteontem.
Segundo a polícia, o bilhete
estava em poder de Getúlio
Arakaki, que teria praticado um
seqüestro relâmpago em Osasco (SP). Estava endereçado "ao
mano Getúlio" e teria sido escrito pelo "partido", como os
integrantes chamam a facção
criminosa. Um dos juízes citados seria de Osasco.
Aos jornalistas, a delegada
Jamila Ferrari, da seccional de
Osasco, confirmou a existência
do manuscrito e do conteúdo,
mas não permitiu que a imprensa tivesse acesso a ele, sob
a alegação de que era preciso
preservar os detalhes e não
identificar os juízes citados.
Arakaki e outro homem, ainda não identificado, foram
mortos, segundo a polícia, em
um tiroteio com a Rota em
Osasco. Outros dois criminosos
conseguiram fugir.
Os homens são acusados de
terem dominado o proprietário
de uma picape Mitsubishi L-200 na av. dos Autonomistas,
em Osasco. Avisados do roubo,
PMs que faziam o patrulhamento na região avistaram o
veículo e começaram a persegui-lo. Na esquina das ruas Armênia e Ana Zozi Toni, eles pararam o carro. Dois fugiram, e
outros dois começaram a atirar. Segundo os policiais, ambos morreram na troca de tiros.
A vítima saiu ilesa. No momento do tiroteio, o homem ficou deitado no assoalho da picape. Segundo os policiais, foram apreendidos um fuzil e
uma espingarda.
Ataques
Na madrugada de ontem,
uma base da Guarda Civil Metropolitana, o prédio da Ordem
dos Advogados do Brasil e um
banco foram alvos de disparos,
em São Caetano do Sul (Grande
SP). Ninguém ficou ferido.
Por conta das ameaças de
ataques do PCC no final de semana do Dia dos Pais, a polícia
montou um grande aparato nas
ruas. Folgas de quase 100 mil
PMs e 30 mil policiais civis foram cassadas. Blitze foram realizadas por toda a cidade, incluindo as saídas de São Paulo.
Na rodovia Ayrton Senna,
por exemplo, próximo ao Parque Ecológico do Tietê, a polícia só permitia a passagem dos
carros por uma das pistas no
sentido interior, o que causou
lentidão no trânsito. Havia
também barreiras na marginal
Pinheiros, perto do Ceagesp, e
na ponte Eusébio Mattoso.
Uma das preocupações da
polícia é o fato de que 13.085
presos do regime semi-aberto
(que podem sair da prisão para
trabalhar) tiveram direito ao
benefício da saída temporária.
Segundo a PM, 113 dos presos
que pleitearam a saída no Estado são ligados ao PCC. Não foi
divulgado quantos deles foram
beneficiados.
Ontem fez três meses que a
facção criminosa atacou pela
primeira vez. Desde então, já
houve mais de mil ataques e
mais de 180 pessoas foram
mortas, entre agentes do Estado, criminosos e civis.
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