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Blitz da lei antifumo multa até farmácia e supermercado
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Balanço dos três primeiros
dias de vigência da lei antifumo
revela que até uma farmácia e
dois supermercados foram
multados por tolerar clientes
fumantes ou não exibir as placas com o logotipo que traz o
mapa do Estado estilizado com
a proibição ao cigarro.
Segundo a Vigilância Sanitária, que com o Procon é responsável pela fiscalização, bares e
restaurantes foram os mais
multados no fim de semana,
com 30 das 50 autuações. Depois, aparecem as boates e padarias, com seis e cinco multas,
respectivamente.
De sexta a domingo, 3.864 estabelecimentos foram fiscalizados em todo o Estado. Na cidade de São Paulo, houve 13
multas, de 1.558 lugares vistoriados pelos agentes.
Depois de perceber nas blitze
que os uniformes e os carros de
frota da lei antifumo alertavam
os clientes e donos de bares,
restaurantes e boates sobre a
fiscalização, os agentes da Vigilância Sanitária passaram a
atuar à paisana, para não chamar mais a atenção. Com a mudança, os fiscais têm de se identificar com crachás funcionais.
"Até pela quantidade de bares e restaurantes, eles acabaram recebendo o maior número de autuações, mas as blitze
não se restringiram a eles", diz
Maria Cristina Megid, diretora
da Vigilância Sanitária.
Segundo o governo, a fiscalização, com 500 agentes, será
mais intensa nos primeiros seis
meses. Depois, será avaliada a
eficácia e necessidade de maior
repreensão, dependendo do
grau de adesão à lei.
As blitze ocorrem todos os
dias, em horários variados, incluindo as madrugadas de
quinta a domingo. Mesmo os
lugares que já foram visitados
pelos fiscais, diz a vigilância,
poderão ser novamente inspecionados. Em alguns casos, a
fiscalização pode ocorrer mais
de uma vez no mesmo dia.
"Ninguém sabe quem são esses bares. Não houve multa, o
que fizeram foi dar advertência.
Só querem fiscalizar bares e
restaurantes, não conheço nenhum outro estabelecimento
autuado. As blitze educativas só
foram feitas no nosso setor. Cadê que as multas não foram
aplicadas às repartições públicas?", diz Marcus Vinícius Rosa, diretor da Abresi, a associação que foi à Justiça contestar a
validade da lei antifumo e que
teve as três decisões a favor da
primeira instância reformadas
no Tribunal de Justiça.
A Secretaria da Saúde não divulga o nome dos lugares multados. O órgão explica que, primeiramente, os estabelecimentos são notificados e têm
dez dias para recorrer da autuação. Só depois disso é que a
multa inicial pode ser aplicada,
no valor de R$ 792,50.
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