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PF quer mapear poder de grupo
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal tenta mapear o
grau de infiltração da quadrilha
do contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, em órgãos
estatais. Livros contábeis e agendas apreendidos pela PF revelariam, segundo expectativa dos investigadores, nomes de juízes, políticos e policiais -civis, militares, federais e rodoviários.
Na avaliação de um dos delegados que apura o caso, que pediu
para não ser identificado, a quadrilha só poderia ter esse grau de
sofisticação se tiver inserção no
aparelho do Estado.
A documentação foi obtida por
meio de 29 operações de busca e
apreensão. São quase 500 quilos
de papéis. A superintendência do
órgão em São Paulo encaminhou
o material para Brasília nesta semana, onde será feita a perícia.
Segundo apurou a Folha, a PF
tenta, agora, mapear todos os
pontos de distribuição usados pelos contrabandistas.
A lógica da polícia é identificar o
caminho percorrido pela carga
para chegar àqueles que eram coniventes ou participavam da quadrilha. A PF descobriu que Fortaleza (CE) servia como um dos
pontos de distribuição. Nesse caso, é preciso, por exemplo, comprovar eventuais escoltas, receptadores e membros de órgãos públicos que faziam vista grossa para o crime.
Outro grupo tenta descobrir o
esquema relacionado aos selos de
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). As cargas aprendidas em poder de homens de Lobão não tinham selos verdadeiros. Da mesma forma, a PF investiga o local de fabricação das embalagens falsas.
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