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São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2003

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PF quer mapear poder de grupo

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal tenta mapear o grau de infiltração da quadrilha do contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, em órgãos estatais. Livros contábeis e agendas apreendidos pela PF revelariam, segundo expectativa dos investigadores, nomes de juízes, políticos e policiais -civis, militares, federais e rodoviários.
Na avaliação de um dos delegados que apura o caso, que pediu para não ser identificado, a quadrilha só poderia ter esse grau de sofisticação se tiver inserção no aparelho do Estado.
A documentação foi obtida por meio de 29 operações de busca e apreensão. São quase 500 quilos de papéis. A superintendência do órgão em São Paulo encaminhou o material para Brasília nesta semana, onde será feita a perícia.
Segundo apurou a Folha, a PF tenta, agora, mapear todos os pontos de distribuição usados pelos contrabandistas.
A lógica da polícia é identificar o caminho percorrido pela carga para chegar àqueles que eram coniventes ou participavam da quadrilha. A PF descobriu que Fortaleza (CE) servia como um dos pontos de distribuição. Nesse caso, é preciso, por exemplo, comprovar eventuais escoltas, receptadores e membros de órgãos públicos que faziam vista grossa para o crime.
Outro grupo tenta descobrir o esquema relacionado aos selos de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). As cargas aprendidas em poder de homens de Lobão não tinham selos verdadeiros. Da mesma forma, a PF investiga o local de fabricação das embalagens falsas.


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