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Quartéis no Rio registram 186 armas levadas desde 2000
DA SUCURSAL DO RIO
Desde 2000, 186 armas foram
desviadas de quartéis das Forças
Armadas no Estado do Rio, das
quais 126 somente da Aeronáutica. A estatística não inclui o número de munições ou granadas
roubadas. A corporação é a que
menos tem conseguido esclarecer
os roubos e punir os responsáveis.
Segundo relatórios obtidos pela
Folha no MPM (Ministério Público Militar), em 2002 houve três
grandes desvios de armas e munições no Parque Material Bélico da
Aeronáutica, localizado na Ilha
do Governador (zona norte), e
ninguém foi punido.
O primeiro desses casos foi descoberto no dia 6 de março. Sumiram cinco fuzis, cinco pistolas
Taurus 9 mm, cinco granadas e
dez carregadores de munição.
Cinco militares foram denunciados na época, mas foram absolvidos por falta de provas.
O outro incidente no quartel,
segundo o MPM, ocorreu em
maio. De acordo com o Inquérito
Policial Militar 06/02, foram desviados cinco fuzis e sete submetralhadoras. Um militar foi denunciado, mas a acusação foi rejeitada pela Justiça.
O terceiro episódio aconteceu
em agosto. O quartel foi invadido
por cinco homens armados, que
levaram dez fuzis e cinco pistolas.
O caso foi arquivado também por
falta de provas.
Invasão
O arsenal da corporação sofreu
outro grande roubo neste ano, e o
caso ainda não foi totalmente esclarecido. Em maio, pelo menos
cinco homens armados invadiram o paiol do Depósito de Aeronáutica na avenida Brasil (Bonsucesso, zona norte). Foram roubados 22 fuzis e uma pistola.
Investigações do MPM indicam
que dois soldados, cujos nomes
são mantidos em sigilo, auxiliaram os invasores, que, segundo a
PF (Polícia Federal), seriam do
morro do Dendê (Ilha do Governador, zona norte). Dois dos fuzis
roubados foram recuperados em
Recife (PE).
Outros quatro fuzis foram furtados neste ano da Aeronáutica.
Dois na Base Aérea de Santa Cruz
e dois no Campo dos Afonsos,
ambos na zona oeste. As investigações não foram concluídas.
Recuperação
Das 186 armas desviadas desde
2000, apenas 51 foram recuperadas pelas Forças Armadas. A Aeronáutica conseguiu reaver 36.
Em nota, o Comando da Aeronáutica informou que, sempre
que ocorrem roubos em suas unidades, abre imediatamente sindicâncias para punir os envolvidos,
além de inquéritos.
A corporação afirma ainda que
vem reforçando o sistema de segurança dos quartéis e adotando
critérios mais rígidos na seleção
de pessoal que ingressa nas Forças Armadas.
O Exército sustenta que controla rigidamente seus arsenais por
meio de registros atualizados e
restrição de acesso aos paióis. Diz
que tem feito rigorosas apurações
para punir os responsáveis e recuperar as armas roubadas.
Já a Marinha disse que, em virtude de roubos, expediu um documento interno visando a atualização dos planos de segurança
das unidades. Afirma que tem feito apurações aprofundadas dos
fatos e encaminhado os resultados à Justiça Militar. (MHM)
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