São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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Morte dos irmãos foi premeditada, diz polícia

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Após cinco horas de reconstituição da morte dos irmãos Igor e João Vitor Rodrigues, de 12 e 13 anos, em Ribeirão Pires (Grande SP), a polícia levantou ontem a hipótese de que o crime tenha sido premeditado pelo pai e pela madrasta, e não praticado num surto de raiva, como alegam os dois.
Um dos argumentos para a tese de premeditação é o fato de os garotos terem sido mortos quase que simultaneamente.
De acordo com a polícia, depois de matá-los, o casal levou os corpos ao quintal e ateou fogo. Para os policiais, Rodrigues esperava que os corpos virassem cinzas, como isso não ocorreu, eles resolveram esquartejá-los usando uma foice e uma faca de cozinha.
Rodrigues, segundo a polícia, tomou banho e seguiu para o trabalho, enquanto Eliane se encarregou de limpar a casa.
Partes dos corpos foram achadas por lixeiros dentro de sacos de lixo na madrugada de sábado, horas depois do crime.
Segundo a polícia, o pai dos meninos, o vigia João Alexandre Rodrigues, 40, confessou que esganou o filho mais novo e que sua mulher, Eliane Aparecida Rodrigues, 36, esfaqueou o mais velho na barriga. Eliane disse à polícia que foi o marido quem asfixiou os dois filhos.
Ontem, após a reconstituição, o delegado Adilson Lima, da delegacia de homicídios de Santo André, afirmou que a versão do pai é a mais coerente. Ele disse haver vários indícios disso. "Um deles é o fato de o pai ter dito que havia sangue no quarto. E realmente achamos sangue no local. Já a madrasta nega ter tido sangue ali", disse.
Só o vigia participou da encenação. Eliane se recusou a comparecer. O casal ainda não têm advogados. Representantes da OAB e do Ministério Público compareceram à encenação.


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